Liberdade para Leonidas Iza Salazar!

O presidente Nacional da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), Leonidas Iza Salazar foi detido por mais de 60 policiais fortemente armados dos grupos de elite das Forças Armadas e da Polícia Nacional, no dia 14 de junho de 2022, ao retornar para sua casa após um longo dia de luta e resistência no âmbito de uma Mobilização Nacional contra as políticas neoliberais do Presidente da República do Equador, Guillermo Lasso.

O presidente Nacional da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), Leonidas Iza Salazar foi detido por mais de 60 policiais fortemente armados dos grupos de elite das Forças Armadas e da Polícia Nacional, no dia 14 de junho de 2022, ao retornar para sua casa após um longo dia de luta e resistência no âmbito de uma Mobilização Nacional contra as políticas neoliberais do Presidente da República do Equador, Guillermo Lasso. A mobilização de caráter nacional, territorial e por tempo indefinido organizada pela CONAIE começou na segunda-feira 13/06 e exige a atenção do governo a um programa de 10 pontos aprovado coletivamente por este movimento que reúne a representação dos 18 povos e 15 Nacionalidades Indígenas das três regiões equatorianas.

Segundo dados do governo equatoriano, a prisão ocorreu às 00h30, no Equador. Inicialmente considerado com paradeiro desconhecido, o Presidente da CONAIE, Eng. Leonidas Iza Salazar, já havia sofrido ameaças do Presidente da República do Equador contra sua liberdade e integridade física. Nas primeiras horas da manhã um comunicado da Promotoria Nacional alertava para a natureza ilegal e arbitrária da própria detenção, fora do marco da lei equatoriana, que disparou alarmes para considerar o companheiro Leonidas Iza como um detido-desaparecido. Apesar dos esforços de seu corpo jurídico e de seus familiares, só depois das 11h30 da manhã, após 11 horas de desaparecimento, é que se soube um possível paradeiro, produto de um vídeo publicado pelas mesmas organizações repressivas da condição. Ressalte-se que o mandado de prisão contra o líder indígena é de ordem direta do Presidente da República, que em vídeo publicado nas redes sociais oficiais se gaba do mesmo.

Como resultado desta violação dos direitos humanos, o mundo inteiro tomou conhecimento do escandaloso sistema repressivo que o Equador vive hoje, no qual as Forças Armadas são usadas, sem competência legal, para perseguir, encarcerar e sequestrar um opositor político, que através da crítica e da análise marxista revela o fracasso do sistema econômico, não apenas no Equador, mas no mundo.

Embora, já à tarde, tenha se tornado conhecido o paradeiro físico do companheiro e principal líder indígena, sua situação jurídica permanece incerta, como resultado de todas as violações do marco legal e constitucional do Equador.

Este sequestro estatal, produto da incapacidade de um governo fascista, democrata-cristão e neoliberal para dar uma solução aos problemas que afligem a população trabalhadora, camponesa e popular do Equador, que não compreendeu as particularidades do movimento indígena, que não é o produto de uma criação messiânica ou ocidental, mas nascido de mais de 500 anos de resistência e luta contra todo tipo de opressão, em sua ânsia de deter um protesto social legítimo, que fez com que a luta se radicalizasse.

No momento da redação deste relatório, os povos indígenas e nacionalidades do Equador, os trabalhadores, professores, estudantes, bairros e a população em geral, aumentaram sua luta, assim, há apreensão e paralisação de mais de sete poços de petróleo em Amazônia equatoriana, bloqueios de estradas em todo o país, marchas e aglomerações nas cidades da Serra, principalmente em Quito, capital do Equador.

Aqueles que acreditaram que a luta social parou com força são aqueles que ainda não aprenderam as lições históricas ao subestimar a força dos povos indígenas, que nasceram da resistência.

Com todo esse pano de fundo, vale destacar nossa solidariedade ao camarada Leonidas Iza, exigindo a libertação imediata, o respeito ao protesto social e nos solidarizamos com os 10 pontos que convocaram esse processo de luta e resistência no país-irmão do Equador.

Camilo Saavedra