Relações entre EUA e Venezuela em marcha-ré

11 de setembro - Venezuela expulsa o embaixador dos EUA em solidariedade à Bolívia, e afirma que defenderá militarmente o governo de Evo Morales caso a direita se atreva a dar um golpe de Estado.

Relações entre EUA e Venezuela em marcha-ré

Cedido por: Agencia Prensa Latina

Traduzido por: Cooperativa Inverta

PL em português: www.prensalatina.com.br



Caracas, 12 set (Prensa Latina) O relógio das relações entre Estados Unidos e Venezuela marcha hoje de forma regressiva depois das denúncias de ingerência de Washington para tentar derrubar os governos constitucionais da Bolívia e Venezuela.
Depois de se conhecer a existência de um complô antivenezuelano ontem, o presidente Hugo Chávez deu 72 horas para o embaixador estadunidense Patrick Duddy abandonar o país, em solidariedade com a Bolívia.
Chávez também ordenou o regresso do chefe da missão diplomática nos Estados Unidos, Bernardo Álvarez, e acusou aos Estados Unidos de estar por trás dos planos de golpe de Estado e magnicídio na Venezuela revelados no último dia 10.
“Ante o mundo denuncio a pretensão do império norte-americano de gerar violência em nosso país, aqui está um povo pronto para defender a paz”, alertou o presidente numa manifestação em frente ao Palácio Presidencial de Miraflores.
Até que não exista nos Estados Unidos um governo novo que respeite aos povos da América Latina, não haverá um embaixador venezuelano nesse país, disse o chefe de Estado.
As autoridades venezuelanas anunciaram também que começou a detenção ou interrogatório de oficiais aposentados ou ativos envolvidos no plano de magnicídio, revelado a partir da difusão de conversas gravadas entre vários envolvidos no complô.
A denúncia provocou imediatamente mobilizações em massa e demonstrações públicas de apoio a Chávez, bem como investigações da Promotoria Militar, Promotoria Geral da República e Assembléia Nacional.
As autoridades declararam que a ação conta com a participação do setor mais radical da oposição, ante as perspectivas de uma nova derrota nas eleições regionais do próximo novembro, segundo as mais recentes pesquisas.
Pese às evidências, difundidas em cadeia nacional de rádio e televisão, a oposição reagiu com o argumento de que se trata de “uma cortina de fumaça” e críticas à decisão de expulsar ao embaixador estadunidense.
A reação opositora corresponde a uma linha tradicional de crítica a toda decisão tomada pelo poder executivo e afasta a possibilidade da oposição democrática de se distanciar dos setores golpistas.
Segundo as primeiras versões, alguns dos envolvidos na frustrada tentativa golpista foram detidos, mas outros conseguiram sair do país, enquanto todas as possíveis ramificações são investigadas.

acl/ml/cc