Começa julgamento por roubo de bebês durante ditadura na Argentina
Começa julgamento por roubo de bebês durante ditadura na Argentina
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Buenos Aires, 19 fev (PL) Um tribunal argentino começará a julgar hoje um militar aposentado e um casal de civis acusados de roubo de menor, falsificação de documento público e supressão de identidade de María Eugenia Sampallo.
Este caso é parte de ações empreendidas durante a última ditadura militar (1976-83), quando organismos humanitários estimam cerca 450 os filhos de desaparecidos roubados de seus pais.
Sampallo, agora com 30 anos de idade, integra a lista dos 88 jovens a quem as Avós da Praça de Maio conseguiram restituir sua identidade.
Nesta ocasião, pela primeira vez uma das vítimas apresenta-se como acusadora de seus pais adotivos.
Filha dos desaparecidos Mirta Barragán e Leonardo Sampallo, a jovem foi registrada em 8 de maio de 1978 como filha do casal composto por Osvaldo Rivas e María Cristina Gómez, com o nome de María Eugenia Violeta Rivas.
Segundo o advogado dos direitos humanos Tomás Ojea Martínez, no julgamento tentará ser provado que o ex-capitão do Exército Enrique Berthier foi quem entregou a menina ao casal, após tê-la retido durante um tempo.
A identidade de Sampallo começou a ser revelada quando em meados de 2000, e diante das dúvidas sobre sua origem, aproximou-se da Comissão Nacional pelo Direito à Identidade e depois das Avós da Praça de Maio.
No ano seguinte os resultados genéticos revelaram que era filha de Barragán e quando meses depois foram obtidas mostras dos irmãos de Sampallo foi confirmada a filiação paterna.
Berthier permanece detido em um prédio militar nas imediações de Buenos Aires, enquanto o casal Rivas-Gómez encontra-se em liberdade.
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