Nota em solidariedade ao povo venezuelano e seu presidente eleito democraticamente Nicolás Maduro

Nós, do Partido Comunista Marxista-Leninista-Brasil, condenamos a acusação covarde e criminosa realizada pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra o presidente Nicolás Maduro e demais membros do governo e Forças Armadas venezuelanas. Ao estabelecer um preço pela cabeça de um presidente eleito democraticamente por um povo soberano, a administração Trump viola todo tipo de protocolo internacional, uma atitude ao estilo filme de bang-bang baseada em uma acusação igualmente fictícia, que só poderia seguir adiante em seus próprios tribunais, pois não tem fundamento para se sustentar perante a comunidade internacional.

A luta do governo venezuelano contra o narcotráfico foi reconhecida em diversas ocasiões por diferentes fóruns internacionais e multilaterais, assim como seu papel decisivo de mediador para os Acordos de Paz na Colômbia entre as FARC-EP e o governo do país vizinho. Ao distorcer o importante trabalho de Maduro à frente da chancelaria venezuelana e agora como Chefe de Estado, acusando-o de supostamente usar estupefacientes “como arma” contra os EUA, o Departamento de Justiça cria uma trama midiática e delirante para fechar ainda mais o Círculo de Fogo sobre Nossa América, dando continuidade a seu plano golpista de eliminar a principal liderança da Revolução Bolivariana e saquear seu petróleo.

Encurralado pela manifestação de uma crise econômica insuperável, a Crise Orgânica do Capital, o centro do imperialismo mundial implementa estratégias exasperadas para tentar reaver as taxas de lucro de outrora, em um estágio de Anarquia dos Monopólios onde vale tudo na guerra entre os titãs do capital, estertores de um modo de produção moribundo que se vale dos métodos mais espúrios para conquistar seus objetivos mesquinhos. Os EUA tentam esconder o evidente fim de sua hegemonia sobre o mundo: a economia estagnada há anos; uma dívida superior a três vezes seu PIB; guerras intermináveis, derrotas militares e mercenários terroristas por todo o planeta. Ao mesmo tempo que o número de bilionários estadunidenses cresce, sua população está submetida a níveis de desemprego e pobreza sem paralelo no mundo desenvolvido, condenada a uma educação de péssima qualidade e sem sistema de saúde pública. Ao tentar culpar outro país pelo volume de drogas que atravessa suas fronteiras, o governo retira de si a responsabilidade pelo quadro dramático de seu povo, principal consumidor de cocaína e crack no mundo, e por sua participação na instrumentalização do tráfico continental, demonstrada por episódios como os Irã-Contras na Nicarágua e, mais recentemente, a operação Rápidos e Furiosos no México. Além disso, se enquadra na estratégia de reeleição de Trump, que tenta conquistar parte do eleitorado da Flórida, estado chave para a vitória nas urnas e reduto de uma das frações mais reacionárias da burguesia latino-americana.

A vileza desse ataque contra o povo venezuelano se expressa também pelo fato de ser feito sorrateiramente no momento em que a humanidade atravessa uma crise sanitária que apenas intensifica este quadro de Crise Orgânica e escancara a falência do paradigma neoliberal norte-americano. O combate ao coronavírus cobra da comunidade internacional, principalmente na figura de seus líderes, uma atitude de cooperação e solidariedade em defesa da vida, exigindo que esta se coloque acima dos lucros da burguesia, esforço que o governo venezuelano tem conduzido de maneira exemplar junto ao povo organizado, apesar do bloqueio criminoso imposto pelo governo dos EUA que restringe o acesso do país a produtos básicos, produzindo escassez inclusive de material médico e de saúde. Trump cria assim, ao mesmo tempo, um diversionismo para sua gestão irresponsável e genocida da crise sanitária que eleva seu país a epicentro dessa pandemia e o povo estadunidense à principal vítima da mesma.

Levantamos nossa voz em solidariedade ao povo venezuelano na construção soberana de sua Pátria Livre, denunciando mais um ataque do imperialismo contra os povos latino-americanos.

Abaixo o imperialismo!

Contra o neoliberalismo!

O futuro nos pertence!

 

Secretaria de Relações Internacionais,

Partido Comunista Marxista-Leninista-Brasil