Paralisação no Equador : o aprofundamento das contradições

Após o anúncio do fim do subsídio ao diesel no Equador, os chamados para paralisação feitos pelo sindicato de transportadores de passageiros vêm sendo atendidos em diversas regiões do país.

Após o anúncio do fim do subsídio ao diesel no Equador, os chamados para paralisação feitos pelo sindicato de transportadores de passageiros vêm sendo atendidos em diversas regiões do país.

Na província de Carchi, ocorreu um bloqueio total e quase permanente das principais vias que conectam a serra equatoriana à passagem de fronteira com a Colômbia. Simultaneamente, intensificaram-se os ataques das forças policiais e militares contra a população indefesa.

Paralelamente, em outras partes do país, manifestantes começaram a aderir e a radicalizar seus protestos contra as medidas implementadas pelo governo equatoriano por determinação e em cumprimento dos acordos com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Em Cuenca, terceira cidade mais importante do país, localizada no sul, realizou-se uma marcha multitudinária contra a concessão mineira no páramo de Quimsacocha - principal fonte de água potável para a cidade - que contou com a participação de mais de 100 mil pessoas. Em Quito, estudantes da Universidade Central do Equador, principal instituição de ensino superior do país, organizaram uma marcha pacífica em direção ao Palácio do Governo, que foi brutalmente reprimida por militares e policiais fortemente armados.

Da mesma forma, o povo Kayambi, o povo Saraguro, além de comunidades das províncias de Cotopaxi, Sucumbíos, Napo e do povo Kitu Kara, promoveram diversos bloqueios rodoviários, inclusive nas entradas norte e sul de Quito, dificultando o abastecimento de mercados e supermercados da capital.

Todos esses protestos populares resultaram na detenção arbitrária de mais de uma dezena de manifestantes e deixaram dez pessoas feridas por golpes e disparos efetuados pelas forças policiais e militares. Em um país que enfrenta a pior onda de violência criminal de sua história, as forças repressivas do Estado são canalizadas para combater a população indignada, deixando assim campo livre para as operações de grupos criminosos aliados ao governo.

Nas imagens a seguir, são mostradas as marchas realizadas em Quito e Cuenca.

Por Fidel Viteri

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