Greve Nacional no Equador
Em 12 setembro de 2025, o presidente do Equador, Daniel Noboa Azín, tomou a decisão de eliminar o subsídio ao diesel comum, combustível utilizado em setores agrícolas, pesqueiros e, principalmente, no transporte de carga e de passageiros em todo o país.
A medida inclui uma proposta de compensações para evitar o aumento do preço das passagens no transporte urbano e interprovincial (esta última, uma medida compensatória exclusiva para o transporte massivo de passageiros). Também prevê a inclusão de mais de 55 mil pessoas no Bono de Desenvolvimento Humano (auxílio para a pobreza), além de medidas direcionadas aos setores industriais.
Nesse contexto, sem apresentar uma explicação técnica substantiva, o governo elevou o preço desse combustível de US$ 1,80 para US$ 2,80, implementando assim exigências do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a liberação da próxima parcela de um empréstimo ao Estado equatoriano.
Não surpreende que o governo equatoriano, liderado por um cidadão estadunidense de nascimento e criação, esteja dando as costas ao povo e governando em favor dos interesses de seus conterrâneos.
Diante dessa decisão, entidades como o sindicato dos transportadores de Pichincha, segmentos de taxistas, sindicatos e movimentos sociais convocaram uma paralisação indefinida a partir de segunda-feira, 15 de setembro. Em solidariedade, a FOIN (Federação de Organizações Indígenas do Napo) e a PAKKIRU (Organização da Nacionalidade Indígena Kichwa de Pastaza, pelas suas siglas em kichwa), ambas integrantes da estrutura da CONAIE (Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador) na Amazônia, anunciaram que aderirão aos protestos a partir de seus territórios.
O movimento também conta com a adesão da Frente Unitária de Trabalhadores (FUT), principal central sindical do Equador, da União Nacional de Educadores (UNE), da ECUARUNARI (Confederação dos Povos da Nacionalidade Kichwa do Equador) e de diversos outros setores populares.
Em resposta às convocações de protesto, o presidente Daniel Noboa transferiu a sede presidencial e a vice-presidencial para as cidades de Latacunga e Otavalo, respetivamente. Simultaneamente, autorizou um amplo desdobramento de forças militares e policiais para reprimir o descontentamento popular.
Redação Internacional