Candidato do MAS triunfa nas históricas eleições bolivianas
O candidato presidencial boliviano ao Movimento ao Socialismo (MAS), Luis Arce, venceu as eleições gerais da Bolívia com 52,1% dos votos, anunciou hoje o pesquisador Ciesmori para a Unitel.
De acordo com os resultados das pesquisas, relatados quase quatro horas após o Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), em segundo lugar está Carlos Mesa da Comunidade Ciudadana com 31,5% dos votos, e Luis Fernando Camacho de Creemos, em terceiro lugar com 14,1%.
Ontem, domingo, os bolivianos desafiaram a pandemia de Covid-19 e saíram para exercer seu direito de voto, após quase um ano de governo imposto no contexto de um golpe de Estado e dado uma lição de civilidade, concordam os analistas.
Arce, sem abrir mão de seus ensinamentos, realizou sua campanha política com vistas às eleições deste domingo 18, derivada do golpe de Estado perpetrado por setores da direita e com o apoio da Organização dos Estados Americanos.
Economista, professor e político boliviano de 57 anos, foi Ministro de Economia e Finanças da Bolívia de 23 de janeiro de 2006 a 24 de junho de 2017, e pela segunda vez, de 23 de janeiro de 2019 a 10 de novembro daquele ano, quando renunciou ao seu cargo no contexto do golpe de Estado.
Interessado em transformar a nação, junto com Evo Morales ele implementou políticas favoráveis às empresas que geraram um crescimento econômico vigoroso, uma das mais reconhecidas foi a transformação do setor de gás e se encaminhava para a industrialização do lítio.
Durante sua administração, a Bolívia se posicionou como a economia com maior redução da pobreza entre os países da América do Sul.
A nação também acumulou mais de 15,4 bilhões de dólares em reservas internacionais, um dos níveis mais altos do mundo devido ao tamanho de sua economia, enquanto as taxas de inflação foram contidas.
Arce, um estudante de marxismo-leninismo, insiste que 'para conseguir o salto para o socialismo, as forças produtivas devem ser desenvolvidas'.
Em seu programa de governo ele lembra que o MAS-IPS conseguiu ter um país melhor do que aquele que recebeu, mas o processo de transformações não termina com as conquistas alcançadas porque essa força política quer avançar em direção a Viver Bem.
Após 13 anos de governo, a Bolívia não é mais o país de 2005, quando prevaleceu a lógica da exclusão política, econômica, social e cultural, diz ele.
Pelo contrário, o país viveu um período de plena convivência, reconhecendo os direitos e a identidade de todos os seus habitantes, buscando a harmonia com a Mãe Terra e o reconhecimento de sua diversidade, permitindo o respeito, a valorização e a interação de todas as culturas da nação andino-amazônica, acrescenta ele.
'A união de camponeses indígenas nativos, trabalhadores, micro e pequenos empresários, empregados, classe média e intelectuais permitiu a nacionalização dos recursos naturais, a redistribuição da renda e a redução da pobreza', detalha a plataforma programática.
O caminho da Bolívia não se encontra no ajuste neoliberal, como se afirma nos programas dos representantes de direita, que participaram das eleições de 2020 sob o molde do Fundo Monetário Internacional, o documento. Para Arce e seu companheiro David Choquehuanca e o MAS-IPSP, o plano proposto a ser considerado pela população reflete clareza nos objetivos a serem alcançados 'não porque reflete a sabedoria de poucos, mas porque nasce da luta histórica dos povos', destaca o programa.
'Somos muito gratos pelo apoio e confiança do povo boliviano. Estamos recuperando a democracia e voltaremos à estabilidade e à paz social. Unidos, com dignidade e soberania #VamosASalirAdelante', disse Arce após saber de sua vitória.
Prensa Latina