NOTA DO PCML (Br) CONTRA O CÍRCULO DE FOGO QUE RONDA NOSSA AMÉRICA

É inaceitável o golpe que retirou Evo Morales da presidência da Bolívia e o massacre patrocinado pela direita imperialista com a cobertura da Organização dos Estados Americanos (OEA) contra a vontade popular e a autodeterminação dos povos. É inaceitável que a embaixada da República Bolivariana da Venezuela seja invadida por milicianos venezuelanos e brasileiros em nome de um golpista que se autoproclamou presidente.

É inaceitável o golpe que retirou Evo Morales da presidência da Bolívia e o massacre patrocinado pela direita imperialista com a cobertura da Organização dos Estados Americanos (OEA) contra a vontade popular e a autodeterminação dos povos. É inaceitável que a embaixada da República Bolivariana da Venezuela seja invadida por milicianos venezuelanos e brasileiros em nome de um golpista que se autoproclamou presidente.

É necessário ficarmos alerta contra essa investida do neoliberalismo e suas ações golpistas, que podem se apresentar com o discurso da legalidade ou mostrar sua despudorada violência, como na Bolívia, onde sua face militarizada e miliciana se voltou contra o povo e o Estado democrático de Direito. O alerta cabe a toda América Latina, como o editorial do jornal INVERTA, no ano de 2008, denunciava ao falar do Círculo de Fogo que começava a se aproximar de Nossa América.

O golpe no Brasil parte do erro da social-democracia em confundir governo com o poder de fato. O impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a vitória do governo neoliberal de Bolsonaro criaram as condições para que o imperialismo norte-americano avançasse com sua investida criminosa contra os governos sociais-democratas, que implementaram conquistas sociais para a população mais pobre.

A crise orgânica, estrutural e de transição do capital tem levado às oligarquias dos mais diferentes países a atitudes exasperadas. A exasperação das classes dominantes aumenta porque sabem que o ciclo neoliberal se esgotou e o grau de destruição das conquistas sociais provoca e vai provocar revoltas que elas não podem sufocar como gostariam. Precisam manter seus níveis de acumulação, mas o desenvolvimento das forças produtivas, promovido pela revolução científico-técnica, as obriga a promover a extração forçada de mais-valia. Os golpes, em todas as suas modalidades, visam facilitar isso: destruir direitos, entregar riquezas nacionais às corporações multinacionais e afogar as lutas dos povos.

Queremos alertar ao perigo que representa toda essa ação contra os trabalhadores dos países que avançavam em sua autodeterminação, escolhendo o seu futuro de forma progressista e sem a ingerência imperialista. Neste sentido, mais do que ir para as ruas, precisamos organizar a resistência e a luta. Formar Comitês contra essa política neoliberal que, além de tirar os nossos direitos, tem tirado o sono dos trabalhadores e do povo pobre em geral.

Que o imperialismo saiba que não deve pôr suas garras em Cuba e em nenhuma de nossas repúblicas, pois a defesa da soberania dos povos e dos direitos duramente conquistados vai unir todos em defesa de Nossa América!

Por fim, fiquemos em alerta e repudiemos qualquer intervenção na Bolívia, Venezuela e Cuba. Mais do que nunca, a unidade dos povos em luta contra a política imperialista neoliberal se faz necessário, para tanto, precisaremos ousar. Ousar em nossa organização, ousar lutar e ousar para vencer.

Partido Comunista Marxista-Leninista - Brasil (PCML-Br)

Novembro de 2019