60 anos de Prensa Latina e os laços inquebrantáveis com o INVERTA
Os 60 anos de existência da Agência informativa Latino Americana - Prensa Latina, uma grande e vitoriosa iniciativa para os povos da América Latina e do Mundo em busca da informação verdadeira, livre das amarras do Capital e suas falácias. Os trabalhadores e trabalhadoras do Jornal Inverta celebram aqui no Brasil em cada rincão onde nossa imprensa revolucionária alcança e mais o apreço e admiração por sua exitosa e exemplar trajetória, bem como reconhece que o segredo do sucesso de Prensa Latina é a solidez de princípios, a formação profissional e a dedicação revolucionária do seu corpo de trabalhadores.
Hoje, como dissemos há 10 anos pela mesma efeméride, a bandeira de Cuba está flamejante, a Pátria de Martí, Fidel, Raúl e Díaz-Canel em júbilo, e a revolução cubana continua a luta tenaz por seu Povo e todo os Povos oprimidos no mundo, contra o inimigo mais poderoso e cruel já existente na humanidade: os EUA, que recentemente, através da ameaça de ativação do título III da Lei Helms-Burton, dos Estados Unidos contra Cuba, continuam sua sanha na tentativa infértil de interferir no processo revolucionário soberano da maior das Antilhas.
A Prensa Latina, que teve como primeiro diretor e fundador,o Jornalista e Revolucionário, Jorge Ricardo Masseti, surgiu como uma grande iniciativa da Revolução Latino Americana, 6 meses após seu triunfo em Cuba, em 1º de Janeiro de 1959, sob o comando de Fidel Castro, Raúl Castro, Che Guevara e Camilo Cienfuegos. A revolução cubana escreve uma nova página na história da luta de libertação dos povos de Nossa América e parte desta história escrita, fotografada e audiovisualizada se deve, precisamente, à criação da Prensa Latina em 16 de Junho de 1959. Ela surge com a missão histórica de noticiar a verdade sobre a Revolução Cubana e a luta dos povos de Nossa América, diante do bloqueio dos monopólios de comunicação que distorcem a verdade, num momento dramático dessa luta.
E hoje como ontem, a Prensa Latina e seus trabalhadores representam a continuidade do chamado feito por Fidel quando se viu diante das agressões da imprensa capitalista: 'Defender-nos-emos da calúnia... não temos nada que ocultar... Vamos chamar a imprensa internacional para que saiba a verdade... Três dias depois, o Movimento 26 de Julho, com um grupo de honestos e prestigiosos jornalistas, começou a despachar convites para realizar em Havana a Operação Verdade. Em menos de 48 horas, organizou-se tudo. As embaixadas de Cuba e a linha aérea [empresa ]Cubana de Aviação fizeram o possível para que quase 400 jornalistas do continente aceitassem vir a Havana. (...)
A Operação Verdade teve dois momentos-chave: uma concentração popular em 21 de janeiro na Avenida de las Misiones, em frente do antigo palácio presidencial, composta por um milhão de pessoas, e no dia seguinte, Fidel manteve um longo encontro com os jornalistas estrangeiros e cubanos no salão Copa Room do hotel Havana Riviera (... ) Fidel assegurou: 'Eu lhes digo que a imprensa da América Latina deveria estar na posse dos meios de difusão que lhe permitam saber a verdade e não ser vítimas da mentira', e como resultado concreto da Operação Verdade, poucos meses depois, nasceu em Havana a Agência Informativa Latino-Americana - Prensa Latina.'
No Brasil, a representação oficial da Prensa Latina aconteceu em 29 de Julho de 2004, isto é, 45 anos após seu surgimento, através do acordo com a INVERTA - Cooperativa, que fixou os termos da cooperação editorial e da representação comercial entre estas organizações. No entanto, cabe ressaltar que durante seus 60 anos de existência a Prensa Latina manteve forte presença no Brasil, destacando-se nos últimos 15 anos. O Ato de lançamento da sua representação foi na ABI - Associação Brasileira de Imprensa, e contou com a participação de cerca de 500 pessoas, dentre as quais o Cônsul Geral de Cuba em São Paulo, o embaixador Carlos Trejo; o presidente da ABI, o jornalista Maurício Azedo; o ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, o jurista Nilo Batista; e os responsáveis pela assinatura do Acordo Inverta-Prensa Latina, o então correspondente da Agência no Brasil, Abel Sardiña e editor do Jornal Inverta, Aluisio Bevilaqua.
A palavra de ordem 'a batalha das ideias' lançada pelo comandante Fidel Castro, para definir o terreno principal em que se desenvolveria a luta revolucionária nos anos 90, tendo em vista o avanço da contrarrevolução neoliberal do imperialismo, não poderia encontrar expressão mais concreta em nossa realidade que neste processo. A ela acrescentaríamos, com toda humildade, dada nossa experiência, a batalha pela logística para dar suporte a este nível de combate, que na prática torna-se também fundamental.
Somos os responsáveis pela tradução para o Português de todo o conteúdo jornalístico da página na Internet, mas nossa relação está para além desse essencial trabalho jornalístico, ele representa os fortes laços de solidariedade, respeito e admiração entre o Povo brasileiro e o Povo cubano, que resistiu durante os 30 anos de ditadura militar-civil no país e a ruptura diplomática e comercial com a Ilha, e neste caso a Prensa Latina teve papel destacado em manter estes laços durante seus 60 anos de história. Esses laços de irmandade são inquebrantáveis, e vemos isso, por exemplo, com o amor, respeito e saudade que o povo brasileiro manifesta diante da ausência dos médicos cubanos do país após a chegada ao poder no Brasil do governo de ultradireita de Jair Bolsonaro, que desrespeitou as normas do contrato Mais Médicos assinado com a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), o que tornou inviável a presença do corpo médico cubano em território brasileiro. Vimos o amor e a dedicação destes homens e mulheres ao povo brasileiro em distantes rincões do país, levando saúde, verdade e respeito ao seu povo irmão, como Cuba faz há décadas a diversos países do mundo.
Muito mais há que se celebrar, mas Pa'lante, como diz-se em Cuba, finalizamos com o que nos legou Masetti:
'A ideia de criar uma agência latino-americana não é por verdade original. Como não é também, a ideia de libertar aos povos latino-americanos do imperialismo que os oprime. Nós, que sofremos o monopólio das notícias, da informação, ou o da não informação, o ocultamento e a distorção, sentimos também a necessidade de criar uma agência noticiosa.
(...) Surgimos ao surgir a revolução cubana. E o imperialismo pôs-nos todas as suas travas, recorreu a todos os meios para perseguir a nossos correspondentes e para que nossas equipes não atravessassem as alfândegas. Em cada país há um lacaio disposto a servir-lhes e a entorpecer nosso trabalho. (...) Acusa-nos de ser uma agência de agitadores. (...) Agora já ninguém poderá ocultar a verdade de nossa luta.
Nós somos objetivos mas não imparciais. Consideramos que é uma covardia ser imparcial, porque não se pode ser imparcial entre o bem e o mau.'
As agências ianques previram que a 'Prensa Latina' tinham-lhe dado um mês de vida. Eles não concebiam isto. Não concebiam uma agência agir a serviço da verdade e não dos monopólios imperialistas.
Nascemos em Cuba, porque em Cuba nasceu a revolução da América Latina, e nós temos a missão de fazer a revolução no jornalismo da América Latina.'
Rio de Janeiro, 14 de Junho de 2019
Conselho Editorial do Jornal Inverta