CONAIE convoca a levante nacional
Atualização
Em um Congresso Ampliado Extraordinário que se estendeu por mais de seis horas na cidade de Riobamba, realizado na tarde desta quarta-feira, 18 de setembro, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE) decidiu convocar um levante nacional contra as recentes medidas econômicas de caráter neoliberal implementadas pelo governo equatoriano.
Horas antes, em ato considerado premeditado durante visita oficial à mesma cidade, o presidente do Equador, Daniel Noboa Azín, havia ameaçado com penas de até 30 anos de prisão todos os dirigentes e líderes sociais que promovessem manifestações ou ações diretas.
Com esta decisão, escreve-se um novo capítulo na história do país – que evoca as memoráveis jornadas de resistência popular de 1953, 1963, 1990, 1995, 2001, 2005, 2013, 2019 e 2022, nas quais movimentos sociais conseguiram frear os intentos de setores conservadores de aprofundar o empobrecimento da população em benefício de elites oligárquicas e interesses estrangeiros.
O momento atual levanta várias interrogações:
Até que ponto a narrativa governamental conseguiu influenciar as bases indígenas e populares?
Qual será o poder de convocação do levante nas principais cidades do país?
Quanto tempo poderá durar esta nova onda de mobilizações?
Haverá, desta vez, reais possibilidades de conquistar novos direitos?
Até onde irá o governo nacional em sua resposta repressiva, tendo em vista a proximidade do fim do seu mandato?
As respostas a estas questões dependerão dos desdobramentos dos próximos dias.
Resta esperar que, desta vez, as forças de segurança do Estado ajam com responsabilidade social, alinhem-se aos anseios do povo e não armem suas mãos contra aqueles que denunciam – e combatem – as injustiças sociais.
Fidel Viteri