Arroz: aumento na auto-suficiência da produção cubana
Arroz: aumento na auto-suficiência da produção cubana
Não é apenas em petróleo que Cuba pretende vir a ser auto-suficiente. Segundo o vice-ministro de agricultura cubano, Juan Pérez Lama, em 5 anos Cuba pretende reduzir pela metade as importações de arroz.
Após a queda da URSS e do Campo Socialista, uma das diretrizes fundamentais do Ministério de Economia e Planificação cubano, através do Período Especial, foi justamente a abertura controlada de determinados setores da economia para ingresso de divisas e manutenção da oferta dos principais produtos necessários à população através da importação, associada à progressiva ampliação da capacidade produtiva cubana e substituição de importações em todos os ramos da economia, na medida em que o país começasse a recuperar-se do baque.
Entre 1989 e 1993, Cuba perdeu 35% de seu PIB. Em 1996 o país voltou a crescer, tendo recuperado e passado os níveis de anteriores em 2006. Em 2007, Cuba produziu 250 mil toneladas de arroz e importou 600 mil toneladas, principalmente do Vietnã e da China, a preços que oscilaram no mercado internacional entre US$ 400 a US$ 1.200 por tonelada.
O plano contempla a recuperação de 150 mil hectares de antigos arrozais, a incorporação de mais 150 mil hectares de novas áreas e o aumento da produtividade do plantio através do fornecimento de insumos, do investimento em maquinária e irrigação, e da conscientização e emulação.
O maior obstáculo para a produção de arroz em Cuba é a qualidade da terra e o clima. O grão requer muita água, e a seca que atingiu o leste do país nos últimos anos não permitia o aumento da safra. Hoje, o custo médio de produção da tonelada de arroz em Cuba está entre US$ 250 e US$ 430 por tonelada,
As reformas anunciadas no setor agrícola cubano neste ano, ao contrário de significarem ruptura com a linha anterior ou com Fidel Castro e o Partido Comunista Cubano, como procura alardear a mídia burguesa e alguns meios da esquerda, seguem a linha que já vinha sendo perseguida há mais de 15 anos pelo Estado cubano. Buscam o aumento da eficiência da produção e devem começar a melhorar a balança comercial cubana a partir de 2009, com a queda das importações de alimentos de 5 a 10%.