MAÇONS PROGRESSISTAS PELA DEMOCRACIA - XVI Carta ao Povo Brasileiro
Como é do conhecimento geral, os Maçons Progressistas pela Democracia falam em seu próprio nome, sem representar qualquer potência ou loja, reafirmando seu compromisso com as origens da Maçonaria e sua postura de cidadão.
Nossos pronunciamentos são e serão divulgados sempre nos mais graves momentos da conjuntura nacional e internacional e deixam clara nossa posição. Lembramos as palavras do imortal Barbosa Lima Sobrinho: “No Brasil, só existem dois partidos. O de Tiradentes e o de Joaquim Silvério dos Reis; os que estão do lado do Brasil e seu Povo e os que estão contra”.
Recentemente, o presidente Lula repetiu essa citação.
Foi, porém, o jornalista Reinaldo Azevedo, com sua imensa erudição, que nos foi buscar no Romance XXXIV do Romanceiro da Independência a precisa definição que Cecília Meireles usa para um traidor, no caso da Inconfidência Mineira, Joaquim Silvério dos Reis, pior do que Judas Iscariotes, apóstolo que entregou Jesus aos seus captores.
A poeta Cecília Meireles escreveu:
“Melhor negócio que Judas / fazes tu, Joaquim Silvério: /
que ele traiu Jesus Cristo, / tu trais um simples Alferes. /
Recebeu trinta dinheiros... / - e tu muitas coisas pedes: /
pensão para toda a vida, / perdão para quanto deves, /
comenda para o pescoço, / honras, glórias, privilégios. /
E andas tão bem na cobrança / que quase tudo recebes!
Melhor negócio que Judas / fazes tu, Joaquim Silvério! /
Pois ele encontra remorso, / coisa que não te acomete. /
Ele topa uma figueira, / tu calmamente envelheces, /
orgulhoso e impenitente, / com teus sombrios mistérios. /
(Pelos caminhos do mundo, / nenhum destino se perde: /
Há os grandes sonhos dos homens, e a surda força dos vermes.)”
Realmente, se for chamado de “verme” alguém que se dirige a um Estado estrangeiro solicitando sanções e hostilidades contra seu próprio país, a acusação poderia soar ofensiva aos próprios vermes. Viver na podridão é a idoneidade dessa pessoa e ela só coexiste com os de sua laia.
Em favor de Silvério dos Reis ainda poder-se-ia alegar que, se traiu seus companheiros, não traiu sua pátria, pois era português. Dos crápulas que imploram sanções contra o Brasil, não há qualquer justificativa, a não ser a índole de atraiçoar e a necessidade de conviver com os da mesma corja.
Fica cada vez mais claro o que aconteceu no Brasil, no infeliz período de seis anos até 2022. Só apoiam aquela situação os ignorantes mais toscos, sem qualquer noção da realidade, e os que têm graves desvios de caráter.
Nunca se pensou ver militares de alta patente se igualando a mafiosos, tanto moral como operacionalmente. Muito menos ainda que aceitassem a aberta traição à Pátria, com a busca de interferência externa por outro país. Apenas um protestou, embora timidamente.
Em suas sepulturas, devem estar se debatendo os generais Machado Lopes, Henrique Lott, Cândido Rondon, Estillac Leal, Ladário Teles, Andrada Serpa, Osório Duque-Estada e o próprio Caxias - Luís Alves de Lima e Silva -, que dedicaram suas vidas a defender os interesses nacionais.
É conhecido o episódio da Revolução Farroupilha em que David Canabarro, ao receber a oferta de tropas argentinas para combater, respondeu a Juan Manuel Rosas – ex-governador da província: “se o primeiro soldado argentino pisasse solo brasileiro, ele se aliaria às tropas do Império”. A interferência externa era inaceitável. Tempos depois, Caxias, durante a Guerra do Paraguai, buscou Canabarro para compor o seu Estado-Maior. Os dois tinham uma grande afinidade: eram nossos irmãos maçons.
Mais do que nunca, o Brasil tem de estar unido. Os traidores do País, criminosos, terroristas, golpistas e milicianos, não podem ter anistia por seus crimes de lesa-pátria. Eles precisam ser julgados, com amplo direito de defesa e, tendo sido condenados, a pena deve ser cumprida na íntegra. Além disso, esperamos que todos sejam estigmatizados pela Sociedade.
Vários já estão presos e, segundo reportagem recente da insuspeita The Economist, a Justiça Brasileira tem dado um exemplo para o mundo. Nossa Economia está crescendo. Vamos prosseguir e mandar uma “passagem sem volta” para a nefasta e entreguista extrema direita nas próximas eleições.
O primeiro ato público realizado no dia primeiro de setembro próximo passado, em defesa da soberania nacional reuniu cerca de 200 entidades, lotando, simultaneamente, os três auditórios do Clube de Engenharia.
O evento cívico iniciou com o Hino Nacional e encerrou com o refrão do Hino de Independência “ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil”. Os diversos oradores denunciaram os atos de traição ao Brasil perpetrados naquele infeliz período de dois anos, seguidos de outros quatro, de governos antinacionais: entregas da BR-Distribuidora e da Eletrobras, duas das maiores empresas brasileiras; reformas trabalhistas e previdenciárias; e a tentativa de golpe contra o estado democrático e de direito, praticada pelos representantes da extrema direita que governou o País.
Do lema que ali surgiu, façamos nossa profissão de fé:
A SOBERANIA DO BRASIL É INEGOCIÁVEL!
Subscrevem a XV Carta dos Maçons Pela Democracia, em ordem alfabética, os maçons: Amir Mostafá, Anderson Souza, Carlos Frazão, Carlos Osório, Cristiano Galvão, David Carneiro, Dener Fabrício, Djair Milton, Emanuel Cancella, Fabrízio Tavoni, Fernando Alves, Fernão Dias, Flauzino Antônio Neto, Flávio Watz, José Amaral, Francisco Soriano, Frato Kyudosha, George Torres, Everaldo Costa, Frederick, Guaraci Corrêa Porto, Igor Lopes, João Custódio, John Vaz, Josiney Davidson, Juca Ribeiro, Júlio Tavares, Lamartine Veiga, Luiz Aveline, Marcos Fregati, Mozart Noronha, Neemias Ramos, Paulo Vicente, Pedro Escada, Regis Cerqueira, Renato Maciel, Ricardo Finco, Rodrigo Aguiar Brandão, Sebastião Calvet, Sileimann Campos, Tiago Cimino Carvalho, Tomaz de Toledo, Unandir Gonçalves Veiga, Vinicius Branco, Wagner Roque, Washington Machado, William Maribondo Vinagre e outros …
Rio de Janeiro, 20 de setembro de 2025