Maçons pela Democracia - VIII Carta ao Povo Brasileiro Liberdade, Igualdade e Fraternidade

Nós nos indignamos ao ver o povo brasileiro sendo violentado a cada decisão governamental que subtrai direitos trabalhistas e previdenciários; corta verbas de educação pública; entrega e dilapida o patrimônio do povo; provoca desemprego; aviltamento salarial; e mais miséria.

Exigimos Respeito à Soberania do Voto Popular! Contra a Entrega da Eletrobras e Petrobras!

Os objetivos da Maçonaria são: “Tornar Feliz a Humanidade, pelo Amor, pelo Aperfeiçoamento dos Costumes, pela Igualdade e pelo Respeito à Crença de Cada Um”. Em nossos templos, o Pavimento do Mosaico é composto de quadrados negros e brancos, mostrando a existência dos contrastes, acima dos quais devem pairar nossas ações.

A Maçonaria tem como princípios a virtude e o amor ao próximo. Não pode se intitular maçom quem discrimina o outro, os pregadores do ódio e os que se julgam melhores do que seus adversários, a ponto de querer eliminá-los. Não é preciso muito esforço para reconhecer essas condutas nocivas. Todas envolvem a prática de crime, mesmo de forma disfarçada.

Infelizmente, no Brasil, esses criminosos têm proliferado e suas ações crescem em número, gravidade e ousadia. Nada mais nos surpreende. Grandes mandatários mantêm ligações espúrias com bandidos e quadrilheiros. Há milicianos que já receberam comendas e títulos outorgados por órgãos legislativos, dos quais participam vários deles e outros que ali estão eleitos por organizações criminosas.

Nós nos indignamos ao ver o povo brasileiro sendo violentado a cada decisão governamental que subtrai direitos trabalhistas e previdenciários; corta verbas de educação pública; entrega e dilapida o patrimônio do povo; provoca desemprego; aviltamento salarial; e mais miséria.

Os cortes na distribuição gratuita de remédios indispensáveis, de uso contínuo, deixaram mais de 30 milhões de pacientes diabéticos, transplantados e em tratamento do câncer abandonados à beira da morte.

Defendemos não apenas o respeito ao meio-ambiente, mas a soberania de nossa floresta amazônica, sempre tão cobiçada pelos interesses das nações (e todas elas se dizem amigas), por razão de sua incalculável riqueza mineral, sua diversidade de fauna, flora e culturas indígenas.

Combatemos a entrega da Base de Alcântara aos norte-americanos, realizada e mantida pelos golpistas e entreguistas, Temer e Bolsonaro.

Seguindo o verdadeiro patriotismo, aquele comprometido com nosso povo, apontamos as ameaças às populações indígenas por parte das constantes invasões, destruições, incêndios florestais criminosos causados por madeireiros, pecuaristas e garimpeiros sem escrúpulos, incentivados por um genocida.

Denunciamos o desmonte completo de nossas últimas estatais, empresas lucrativas e eficientes, patrimônio do povo brasileiro, que afeta os trabalhadores. O povo não pode arcar com as variações e os caprichos do capital especulativo,que manipula, artificialmente, os preços para maximizar os lucros, não se importando com o serviço básico.

É importante lutar contra a doação anunciada, através dos ardilosos leilões, praticada pelo governo federal, das estatais estratégicas, lucrativas e de integração nacional, como a Eletrobras, Petrobras e os Correios, a fim de atender aos interesses transnacionais e entregar o Brasil, levando o emprego e a renda para outros países, enquanto os brasileiros ficam sem trabalho.

O pré-sal, que por lei deve financiar as necessidades em saúde e educação dos brasileiros, está sendo repassado para as multinacionais estrangeiras, deixando para trás somente o ônus ambiental das atividades de extração.

Além de tudo que já foi exposto, nosso povo vem sendo barbarizado, diariamente, pelas milícias, que, encobertas por poderosos, extorquem os pequenos comerciantes e aterrorizam moradores em busca de “taxas de proteção”, influenciando até mesmo a escolha de candidatos em diversas regiões.

O que mais assusta nesse estado de coisas é a aberta conivência de altas autoridades corroborando para a delinquência dos que veem no Supremo Tribunal Federal (STF) um estorvo para seus crimes.

No estado do Rio de Janeiro, onde essas nefastas influências são mais sentidas, um deputado infrator recebe o instituto da “graça”, como perdão pela pena de prisão, julgada pelo STF, outorgado pelo presidente da República.

Para nós, maçons, não há como aceitar que alguns, a quem devamos chamar de irmãos, aprovem e até colaborem com a atual realidade, maculando a imagem da Maçonaria, construída ao longo do tempo, com muito esforço, dedicação e sacrifício da própria vida, como frei Caneca.

Por isso, vários grupos de maçons, dentre eles os Maçons pela Democracia, comprometidos com a defesa do Brasil, dos direitos fundamentais e do progresso social, reuniram-se no 1o Encontro Nacional da Irmandade Progressista, realizado entre os dias 8 e 10 de abril de 2022, na cidade de São Paulo, formando uma frente brasileira de atuação dos maçons democráticos e progressistas.

Não pretendemos criar nenhuma potência maçônica e falamos em nome dos princípios que juramos defender; o que nos guia é nossa fé na Humanidade, na Pátria Brasileira e na Declaração Universal dos Direitos Humanos – elaborada por irmãos, em 1789 e reconhecida como resolução da ONU, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Paris, no dia 10 de dezembro de 1948.

Nosso objetivo é que o Brasil seja o berço da hospitalidade, voltando a trilhar os caminhos da paz e do convívio fraterno entre todos. Essa diretriz, porém, não significa jamais tolerar a prática de crimes ou atos atentatórios à Nação Brasileira, a qual todos pertencemos e amamos.

Vamos combater, sem trégua, com todos os meios legais ao nosso alcance, as ações criminosas perpetradas pelos inimigos da Pátria, da Democracia e do Progresso Social. Não compactuamos com crimes, golpes e ditaduras.

Convidamos você, irmão maçom consciente, brasileiras e brasileiros, civis e militares, a se mobilizarem em defesa da Soberania Nacional e Popular e a lutarem:

Por Respeito à Soberania do Voto Popular e Contra a Entrega da Eletrobras e Petrobras!

Maçons pela Democracia, 20 de maio de 2022


Subscrevem a VIII Carta dos Maçons Pela Democracia, em ordem alfabética, os maçons: Alexandre Franco, Amir Mustafá Saleh, André Cantuária, Antônio Silva, Arthur Aveline, Daniel Lopes, Dener Fabrício, Diógenes Neto, Dulce Inês Insfran, Edson Rangel, Emanuel Cancella, Everaldo Costa, Fábio Farias, George Torres, Gilson Gomes, Francisco Soriano, Gilberto Palmares, Guaraci Corrêa Porto, Igor Santa Cruz, João Custódio, João Pedro Saboia, José Amaral, Juca Ribeiro, Maribondo Vinagre, Moroni Vasconcellos, Neemias Freire, Paulo Ramos, Renato Lopes, Rodrigo Medina Zagni, Sebastião Calvet, Sérgio Abad, Sérgio Baroni, Sydney Castro, Unandir Júnior e Vinícius Branco.

Leia: Maçons pela Democracia - VII Declaração ao Povo Brasileiro Liberdade, Igualdade e Fraternidade