Centenário do 5 de Julho de 1922

O Congresso Nacional de Lutas Contra o Neoliberalismo e Juventude 5 de Julho comemoram hoje 100 anos do 5 de Julho de 1922. Nossa história marcada de lutas e bravura conta com os 5 de julho de 1922, 1924 e 1935.

O Congresso Nacional de Lutas Contra o Neoliberalismo e Juventude 5 de Julho comemoram hoje 100 anos do 5 de Julho de 1922. Nossa história marcada de lutas e bravura conta com os 5 de julho de 1922, 1924 e 1935.

O primeiro 5 de Julho a que saudamos, e que hoje completa 100 anos, ocorreu em 1922, vivíamos em uma república jovem, mas governada pelos mesmos oligarcas que ceifaram milhões de vidas de nosso povo nos tempos de escravidão. Era a república que importava da Europa, supostas ideias “avançadas” como o liberalismo e interpretações falsamente científicas que justificam o racismo institucionalizado, uma época em que 8 em cada 10 brasileiros e brasileiras não sabiam ler nem escrever, que as jornadas de trabalhos superavam as 14 horas diárias, que mulheres em estado de gravidez avançada trabalhavam por horas e horas a fio em máquinas de teares, que crianças sofriam amputações de parte de seu corpo nas modernas fábricas capitalistas. Essa era a República, em que jovens tenentes descontentes com essa situação, ousaram mudar. Isolados depois de arrebentados nos quartéis onde conspiravam contra os poderosos, almejando justiça, apenas 17 militares e um civil, ousaram marchar pelas praias de Copacabana e manchar aquelas areias de sangue contra a tirania e a opressão contra povo, esse foi o primeiro 5 de julho, apenas dois revolucionários sobreviveram: Siqueira Campos e Eduardo Gomes.

Dois anos após, já melhor organizados, esses mesmos tenentes agora cobertos de apoio popular e por quartéis de todo o país, se levantavam em São Paulo sob o comando de Miguel Costa também em 5 de Julho, militares honestos que visavam honrar aqueles que tombaram em Copacabana. Os mesmos dominaram São Paulo por alguns dias e governaram para o povo, porém, acuados por bombardeios em fábricas e moradias de trabalhadores e trabalhadoras, marcharam para o interior, onde encontraram um novo chefe, jovem com apenas 26 anos na época, chamado Luiz Carlos Prestes.

Também no sul do país lutava contra a injustiça, construiu escolas para os soldados analfabetos, onde ele mesmo era professor, enfrentava seus superiores que visavam humilhar seus companheiros de trabalho, e daquela junção entre as forças de Prestes e Miguel Costa, surgia uma coluna que ficaria marcada na história como a maior guerrilha da humanidade, se chamou Coluna Prestes, onde se percorreu 25 mil km por todo país, de norte a sul, de leste a oeste, uma coluna de soldados pobres, a cavalo ou a pé, marchando pela justiça, enfrentando latifundiários que esmagavam o homem e a mulher do campo, liberando das cadeias outros tantos que sofreram de injustiças, queimando processos forjados contra o povo, distribuindo a riqueza que a própria classe trabalhadora produziu.

Essa Coluna apesar de não ter tomado o poder, depois de marchar por 2 anos e 3 meses, e se recolher na Bolívia, foi fundamental para que se conhecesse pela primeira vez as mazelas que de fato o povo vivia. Prestes o general do povo, o Cavaleiro da Esperança como foi apelidado, viu que não bastava ter um novo governo para mudar a situação de nosso povo, era necessário um novo sistema, uma nova sociedade, a sociedade comunista que de fato desse poder ao povo.

Onze anos mais tarde o 5 de julho voltaria a ser erguida como bandeira. Se ascendia no mundo regimes chamados de fascistas que visavam esmagar o povo e suas conquistas simbolizadas principalmente pelo avanço que havia sido conquistado na União Soviética, primeiro Estado dirigido por operários. No Brasil Vargas e outros lacaios também flertavam com a política da morte. E justamente aqui no Brasil, novamente sob o comando de Prestes se fundou a primeira aliança antifascista do mundo, a Aliança Nacional Libertadora (ANL), que aglutinou homens e mulheres por todo país em torno de suas bandeiras por um programa que esmagasse o fascismo e garantisse pão, paz e terra a todos os trabalhadores (as) desse país. Foram eles esmagados quando se levantaram em novembro, sofreram torturas inimagináveis e tantas mortes brutais, além de crimes imperdoáveis como a deportação da guerreira Olga Benário Prestes grávida para a Alemanha Nazista.

Os mesmos porém levantaram o povo em torno da campanha antifascista e levaram o governo brasileiro a mudar de lado e combater as bestas de Hitler, e levar o Brasil a conquistas democráticas posteriores. Por isso ressaltamos no nosso nome que esses 5 de julho jamais podem sair de nossa mente, e jamais sairão pois como afirmou Karl Marx, o mais celebre pensador de nossa época “A tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos”, logo o conhecimento de sua história leva o povo a ter uma arma fundamental para o enfrentamento da opressão, e da injustiça, a verdade como arma.

Viva os 100 do 5 de Julho de 1922!

Viva os 98 anos do 5 de Julho de 1924!

Viva os 87 anos do 5 de Julho de 1935!

Por um Congresso Nacional de Lutas contra o Neoliberalismo!

Ousar Lutar! Ousar Vencer!

Venceremos!