Greve dos Trabalhadores da Segurança pública do Rio de Janeiro

O Inverta esteve presente e cobriu a Assembleia dos bombeiros e policias que deflagrou greve no estado.

Em assembleia conjunta os trabalhadores da segurança publica do Rio de Janeiro, Bombeiros, Policia Militar e Civil entraram em greve por tempo indeterminado a partir das 0 h do dia 10 de fevereiro.

O Inverta acompanhou a movimentação dos policiais que começou por volta das 18hs do dia 9, com a chegada das delegações de todo o estado, mesmo com a ação repressora dos comandantes que prenderam uma das lideranças do movimento, o cabo bombeiro Daciolo Beneduto, e mantiveram no local de trabalho o efetivo que estava tirando serviço. A greve foi deflagrada com cerca de 10 mil trabalhadores das três categorias.

O movimento grevista tem como principal reivindicação a libertação imediata de Daciolo, que foi preso ao voltar da Bahia, onde prestava solidariedade ao movimento grevista dos policiais da Bahia. As outras principais reivindicações são: piso salarial de R$ 3,500,00, mantendo as proporções entre graduações e patentes; jornada de trabalho de 40 horas semanais; plano de carreira único; código de conduta (adequado à constituição federal de 1988); auxilio transporte de R$ 350,00 no contra cheque; auxilio alimentação de 350,00; data base.

Cristiane Daciolo, esposa do CB BM Daciolo esteve no ato e denunciou as arbitrariedades e injustiças feitas ao seu esposo, declarou que a prisão e as ações realizadas contra seu marido eram um absurdo, e que não deveriam ter ocorrido, pois ele estava apenas defendendo os direitos dele enquanto esposo, pai, profissional e de sua categoria. “Meu esposo jurou servir a corporação, defender um salário justo para a categoria é defender a corporação, não é baderna e motim. Não me permitiram ver meu marido e não deixaram também ele ver a filha, está incomunicável, isto é inconstitucional, ele é um excelente pai e marido. Estou nesta luta com ele e não vou parar por que sei o que é viver com esta micharia que vem no contracheque dos bombeiros, ele não, é um criminoso não deve está preso, muito menos em Bangu 1. Eles prenderam meu marido pensando que a luta ia parar, mas ela está ai e não vamos parar , eles podem prender nossos maridos mas nós esposas vamos continuar a luta porque exigimos dignidade e exijo a libertação imediata de meu marido. Unidos somos fortes,” concluiu Cristiane.

Um dos representantes da policia militar em uso da palavra disse que era um avanço as três categorias da área de segurança estarem ali reunidas, e que antes de serem policiais são trabalhadores e se estavam ali em condição de protesto não era porque queriam mas porque o governador Cabral não deu outra escolha, e quem ia decidir a greve não eram eles e sim o governador Cabral, caso não atenda as reivindicações e a libertação de Daciolo, além do pagamento de um salário justo para as categorias até as 0 horas.

Durante a Assembleia vários representantes fizeram uso da palavra como Beatriz Lugão representante do SEPE - RJ, Sindicato dos Profissionais da Educação do RJ, que em sua fala denunciou a politica educacional do governo de Sérgio Cabral que está querendo acabar com os professores e a educação de qualidade e substitui-los pelos telecursos da rede globo.

A dirigente também afirmou que há possibilidade dos trabalhadores da educação entrarem em greve no próximo dia 11 e que seria que os trabalhadores na área de saúde também aderiram ao movimento.

Uma dirigente da Policia civil de São Paulo também teve no ato e manifestou seu apoio ao movimento do Rio afirmou que se Daciolo não fosse solto que eles também iniciariam um movimento em São Paulo.

Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros." (Che)

Ao lado  está a palavra de ordem que abre o blog dos bombeiros fazendo a campanha de libertação de Daciolo “Nossa mobilização é por DIGNIDADE! Nosso compromisso é com o cidadão fluminense, nossa missão de proteger e de salvar vidas! Nunca iremos desamparar, por isso, NENHUM SOCORRO ESTÁ DEIXANDO DE SER FEITO, apesar do Comando da Corporação tentar dizer o contrário para a imprensa e para a população. JAMAIS NEGAREMOS SOCORRO!!

Este é movimento por dignidade, baseado em ações ordeiras e pacíficas, de pais de família que arriscam suas vidas pelo PIOR SALÁRIO DO BRASIL.

Apesar de entendermos e apreciarmos todos os esforços por um encaminhamento de reajuste, a proposta votada nesta quinta-feira na Assembléia Legislativa não corresponde às reais necessidades da tropa, que, repetimos, convive com o PIOR SALÁRIO DO BRASIL.

Ao mesmo tempo, não podemos aceitar a prisão arbitrária do Cabo Daciolo, que está encarcerado no Presídio de Bangu 1 de forma arbitrária!!

Estamos vindo a público neste momento para deixar claro a todos os cidadãos fluminenses e ao governo, em suas diversas esferas, que nós queremos o diálogo. Estamos aqui demonstrando nossa vontade e a nossa disposição para o entendimento junto ao Governo do Estado, para que cheguemos a um acordo que permita a libertação do Cabo Daciolo e que permita contemplar de forma mais adequada as reais necessidades salariais da tropa.

Estamos seguros e tranquilos de que haverá diálogo e, por isso, nos colocamos publicamente, de forma transparente, à disposição para o entendimento e a negociação”.

Proletários de Todos os países uni-vos!

Sucursal Rio de Janeiro