Movimento Acorda Rio! Carmo na Luta!
O movimento nasceu fruto da indignação de professoras aposentadas, cansadas de esperar por seus salários que, em 2017, além do atraso de três meses, estavam sendo parcelados.
No dia 03/12/2017, um grupo, depois de se articular, chamou outros professores e conseguimos reunir mais de 50 aposentados na escadaria da Igreja Matriz. No encontro, várias pessoas usaram a fala para manifestar seu descontentamento e revolta contra o descalabro ao qual estávamos sendo submetidos pelo governo Pezão. Desse encontro, que foi todo documentado, tiramos as seguintes propostas: participação na reunião da Câmara Municipal solicitando apoio à causa; ida à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) para entregarmos um documento endereçado ao governador.
Fomos à Câmara e todos os vereadores assinaram (em tempo: uma vereadora, que por acaso é professora, não assinou). O referido documento solicitava que todos os salários deveriam ser quitados antes do Natal; respeito à isonomia prevista em lei; calendário de pagamento para todo o ano de 2018 e seguintes publicados em Diário Oficial (DO) no ano anterior.
Paralelamente ao movimento do Carmo, vimos a necessidade de fortalecer o “Acorda Rio”, estendendo o chamamento a municípios vizinhos. Foram contatados Sumidouro, Duas Barras, Nova Friburgo, Sapucaia, Cantagalo, Vassouras, Três Rios, Paraíba do Sul e Valença. Quando estávamos nos preparando para a ida à ALERJ fomos surpreendidos com uma notícia, por intermédio de uma militante do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE) de Niterói, de que havia um documento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) de 2016, o qual desvelava toda uma trama envolvendo o Rioprevidência - Fundo Único de Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro - em graves transações no mercado de capitais no Brasil e no exterior. Entre outras manobras, talvez a mais grave, é a que compromete as receitas dos "royalties" do petróleo até 2040. Os "royalties" fazem parte dos ativos que compõem as receitas do Rioprevidência. Esse documento encontra-se disponível no site do TCE sob o processo de número 108.168-2/16.
No referido documento, está toda a trama que levou à falência o Rioprevidência, assim como as recomendações feitas pelo TCE, que se fossem seguidas talvez não nos encontrássemos nessa situação de suspense, esperando mês a mês a notícia sobre os nossos salários.
Quanto à nossa ida à ALERJ, fomos acompanhadas de vereadores dos seguintes municípios: Carmo, 5 e um representante do prefeito; Duas Barras, de toda a Câmara 1; Nova Friburgo, 3 membros do legislativo. Ao todo levamos seis documentos reivindicatórios que foram entregues no Legislativo. Denunciamos ao presidente da ALERJ, André Ceciliano, e aos demais deputados presentes na sala da presidência todos os fatos anteriormente mencionados. O documento foi lido em plenário e publicado em DO de 15/12/2017.
Não menos preocupante é a situação dos professores da ativa, pois estão sendo pagos com verba do FUNDEB, que como todos sabem tem prazo marcado para terminar: 2020.
Continuamos na luta, nos mobilizando, indo à ALERJ, e também divulgando o nome e qual partido pertencem os deputados que votam contra os direitos do povo, através de programas de rádio, redes sociais, programas em TV com canal interativo.
O grupo de Carmo, desde janeiro, reúne-se toda semana, fazendo estudos sobre a realidade atual e, nesta semana, começaremos um estudo sobre o capitalismo e o funcionamento da sociedade. Precisamos aumentar o número de municípios e de participantes. É uma luta árdua, pois temos que enfrentar o inimigo que é o sistema capitalista, o imobilismo e a despolitização da grande maioria dos companheiros.
Carmo na Luta, Acorda Rio!
Profª Maria do Carmo Castro