Canto a democracia mobiliza corações contra o golpe

Cerca de 30 mil pessoas passaram pela Praça da Estação durante o evento para apreciar o trabalho de artistas como Toninho Horta, Vanderlee, Celso Adolfo, Chico Amaral, Filhas da Mãe, Coletivo Negra, Gustavito, Djambê, Nem Secos, Mulheres do Hip Hop e Titane.

Junto a diversas manifestações de amor e defesa à democracia em todo o Brasil, em Belo Horizonte foi realizado o Canto pela Democracia no dia 31 de março, uma iniciativa do setor cultural para se somar à luta contra a tentativa de golpe jurídico-parlamentar da direita brasileira, um processo ilegítimo de impedimento sem sustentação legal contra a presidenta Dilma Rousseff. A atividade trouxe uma onda de otimismo e ânimo de luta para os presentes, que se comprometeram a permanecer em mobilização constante contra o golpe.

Cerca de 30 mil pessoas passaram pela Praça da Estação durante o evento para apreciar o trabalho de artistas como Toninho Horta, Vanderlee, Celso Adolfo, Chico Amaral, Filhas da Mãe, Coletivo Negra, Gustavito, Djambê, Nem Secos, Mulheres do Hip Hop e Titane. Os mais de 30 artistas comprometidos com o povo brasileiro representam estilos de música que variam muito, representam mais de uma geração e trazem obras novas, assim como relembraram antigas canções que ecoam no coração de todos, mas todos traziam para as pessoas ali presentes mensagens de resistência e luta. Em tom de unidade, descontração e denúncia, também foram lembrados vários episódios de corrupção e abuso de poder por parte dos políticos de direita que continuam completamente impunes, como a marchina de carnaval que conta sobre o helicóptero da família do senador por MG Zezé Perrella encontrado com cerca de meia tonelada de pasta base de cocaína em 2013.

 Entre uma e outra música, movimentos sociais e figuras políticas entoavam palavras de ordem em defesa da democracia e contra os lacaios do império que pretendem entregar nossas riquezas ao grande capital como “Direita, recua! O povo está na rua!” e “Não vai ter golpe, vai ter luta!”. Foram apontadas algumas características da conjuntura atual que se parecem a outros momentos históricos para lembrar que a direita brasileira nunca permitiu que as conquistas populares avançassem muito e usa hoje as mesmas estratégias que usaram contra João Goulart e, antes dele, Getúlio Vargas, cuja carta de suicídio foi distribuída no Ato.

 O ato que durou mais de sete horas marcou a data em memória ao Golpe de Estado de 1964, o mais triste da nossa história recente, matando uma geração de pessoas comprometidas com um projeto soberano para o país e dispostas a lutar por ele. A ditadura representou não só a perda de vidas e um retrocesso no nosso desenvolvimento econômico e social, mas tirou das futuras gerações a possibilidade de sonhar com uma alternativa à barbárie do capitalismo, tentou enterrar e apagar da história o sonho do socialismo. Um retrocesso cujas consequências podemos ver até hoje nas condições de dependência da nossa economia e na pobreza e ignorância que ainda castigam nosso povo, mesmo com os gigantescos avanços que observamos nos últimos anos do governo social-democrata do PT. É em defesa dessas conquistas recentes e para continuar avançando que devemos nos mobilizar nas ruas e mostrar à elite fascista do país que, para o povo brasileiro, golpe nunca mais!

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