Brasil mobiliza-se contra a reforma trabalhista de Temer

Brasília, 10 nov (Prensa Latina) Convocado pelo Fórum das Centrais Sindicais, trabalhadores e integrantes dos movimentos sociais brasileiros sairão hoje às ruas para se manifestar contra as reformas trabalhista e do sistema de aposentadorias impulsionadas pelo governo de Michel Temer.

Brasília, 10 nov (Prensa Latina) Convocado pelo Fórum das Centrais Sindicais, trabalhadores e integrantes dos movimentos sociais brasileiros sairão hoje às ruas para se manifestar contra as reformas trabalhista e do sistema de aposentadorias impulsionadas pelo governo de Michel Temer.

 

No Dia Nacional de Mobilização em defesa dos direitos, da soberania e da democracia ocorrerá em pelo menos 24 capitais estaduais e no Distrito Federal e se realizará na véspera da entrada em vigor da chamada lei de flexibilização trabalhista, sancionada por Temer no dia 13 de junho último.

A nova legislação, que regerá a partir deste sábado, contém segundo critério de juristas várias inconstitucionalidades, a mais notória das quais é o fato de privilegiar o negociado (entre trabalhadores individuais e patronos) sobre o legislado, o qual tende a deteriorar as condições e relações de trabalho.

O texto modifica mais de 100 capítulos da até hoje vigente Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e, a critério do diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, seu objetivo é ampliar a proteção das empresas e desproteger o trabalhador.

Esta lei 'cria instrumentos para legalizar práticas que fragilizam o trabalho, reduzem ou impedem a proteção sindical e deixam o trabalhador exposto à coerção das empresas na definição de seus direitos', assinalou.

Uma pesquisa realizada no final de outubro pela Central Única de Trabalhadores (CUT) e pelo Instituto Vox Populi, e cujos resultados foram dados a conhecer ontem à noite, revelou que o 81 por cento dos brasileiros desaprovam a nova lei trabalhista, enquanto só um seis por cento está de acordo com as mudanças que introduz a mesma.

A rejeição aumenta até 89 por cento na região Sudeste e cai para até 60 por cento no Sul.

De acordo com a própria sondagem, para 67 por cento dos entrevistados a nova legislação só é boa para os patrões; e um por cento acha que favorece aos trabalhadores, e seis por cento opina que resulta satisfatória para ambos.

As mobilizações de hoje, indicou a CUT em um comunicado, serão também contra a reforma do sistema de aposentadorias, cujo debate deve ser retomado proximamente pelo Congresso, e contra o regulamento governamental que modifica o conceito de trabalho análogo à escravatura, no qual debilita o confronto a esta desumana prática.

Segundo o programa preliminar da jornada de protestos, as mobilizações começarão às 08:00 (hora local) na cidade de Teresina, estado de Piauí, e culminarão com um ato convocado para as 18:00 no Canto Democrático de Porto Alegre, capital de Rio Grande do Sul.


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