Ato contra o golpe e em defesa da democracia no Rio

Histórica Praça XV torna-se um mar vermelho contra o golpe! Diversidade marca manifestação carioca

Várias entidades da sociedade civil brasileira e movimentos sociais participaram do ato em defesa da democracia e contra o golpe no dia 18 de março na Praça XV, centro do Rio de Janeiro, que reuniu cerca de 70 mil pessoas. Estiveram presentes ao evento o MST, a Frente Brasil Popular, o Movimento Nacional de Luta contra o Neoliberalismo e Pelo Socialismo, a Juventude 5 de Julho, o Jornal Inverta, entidades como o Sindipetro-RJ, o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, a CUT, representantes de comunidades periféricas do Rio de Janeiro, movimento dos trabalhadores tercerizados, estudantes, professores, trabalhadores e trabalhadoras com reciclagem no Rio, movimento de mulheres, entidades do Movimento Negro, do Movimento lgbtts, artistas, parlamentares, profissionais liberais, partidos políticos, entre outros setores organizados da cidade e do estado.

Nesta edição online trazemos o vídeo com a intervenção de Osmarina Portal, representando o Partido Comunista Marxista Leninista, no ato do dia 18 no Rio.

O Jornal Inverta entrevistou várias pessoas que participaram do protesto contra a tentativa de retrocesso político no Brasil, entre elas alguns artistas presentes como a atriz Cristina Pereira, que afirmou que a classe artística sempre esteve presente nas lutas contra a censura e em todos os momentos em que a liberdade esteve ameaçada, “por isso estamos aqui, vários atores, e nós não vamos deixar que haja golpe, porque isso não vai acontecer mais. É hora de termos uma postura crítica e de reflexão, mas no momento a coisa mais certa é nos posicionarmos contra o golpe e contra a perda das liberdades democráticas”; ressaltou Cristina Pereira sobre a atual conjuntura política do país.

 

Bianca Abrantes e Sérgio Bonatto, vieram de Teresópolis, região serrana do RJ, eles falaram ao Inverta sobre a participação dos dois no ato. Bianca, que é advogada, afirmou que a participação deles é para garantir que não seja deflagrado um golpe contra a democracia e que está havendo uma perseguição direcionada, “é necessária uma mobilização popular contra a tentativa de golpe que está tendo um respaldo jurídico para o impeachment, estão querendo legitimar o ilegitimável através da justiça, que também não é isenta nem imparcial”. Sérgio carregava sua filha em seus braços e dizia que vale a pena lutar para que a história do país não seja mais uma vez marcada pela brutalidade de uma ditadura.

 

O metalúrgico Luiz Claudio Bittencourt, do Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, afirmou que está nesta manifestação porque sempre defendeu a democracia junto com os companheiros metalúrgicos. “O que vemos hoje não é um quadro democrático, mas pessoas tentando dar um golpe na presidenta Dilma e no ex-presidente Lula, e estamos aqui para defender a democracia. A conjuntura política hoje no Brasil não está boa, pois vivemos uma guerra entre partidos políticos e interesses pessoais, e o povo não precisa disso, mas sim que se mantenha um projeto que continue dando benefícios aos menos favorecidos, como vem acontecendo”; defendeu Luiz Claudio.

 

A atriz Bete Mendes falou sobre o atual momento do país e de sua participação no ato contra o golpe. “Acho este ato da maior importância porque nós estamos em uma democracia, temos uma presidenta eleita, temos governadores eleitos e todos os cargos da administração escolhidos pela população. Assim como as pessoas que foram às ruas contra o governo se manifestaram livremente, nós temos o direito de nos manifestar livremente. Democracia é isso, manifestação, gente na rua, e vamos lutar para manter este governo e que os avanços democráticos para a população continuem e queremos sim um governo popular e comprometido com o povo brasileiro”; afirmou Bete Mendes.

 

Vários artistas conhecidos do público por seu talento e consciência política, como Geraldo Azevedo, Teresa Cristina, Dorina,Letícia Sabatella, Tássia Camargo, Osmar Prado, Otto, entre outros, encantaram os manifestantes com sua arte e deram um recado claro: a classe artística está em defesa do povo brasileiro e contra o golpe, exigindo o respeito ao estado de direito.

 

Julio Cesar de Freixo Lobo