Posição Eleitoral do PCML em 2014 no Ceará
O interesse dos trabalhadores pelo processo eleitoral brasileiro diminui a cada pleito. O número de abstenções, votos nulos e brancos, mas principalmente a ascensão da corrupção eleitoral, que despolitiza o povo, e deixa transparente a influência do poder econômico sobre o poder político, colocando em destaque as campanhas milionárias em contradição direta com a condição de pobreza de grande parte dos brasileiros, evidenciam a insatisfação e as limitações da luta eleitoral.
O processo político nacional passou a viver, a partir dos protestos que marcaram a Copa das Confederações, momentos decisivos na correlação de forças entre as classes sociais e frações de classes que governam o país. Embalados nas grandes manifestações de protesto em junho e julho de 2013, apresentou-se na oposição a direita conservadora e neoconservadora (PSDB, DEM, PSC, dentre outros) e parte da esquerda eleitoral dividida em dois blocos: um liderado pelo PSOL, abarcando o PSTU e demais siglas minúsculas e outro liderado pelo PSB, abarcando o PPS e o novato Rede, de Marina Silva. Na defesa do Governo Dilma Roussef apresentou-se palidamente a coalizão liderada pelo PT e o PMDB, abarcando o novato PROS e a outra parte da esquerda eleitoral, o PCdoB e PDT, além de grupos independentes, como o PCML, que mantém seu apoio crítico ao governo. Naturalmente, entre esses dois campos de forças se pode encontrar os trânsfugas e oscilantes, que vão de um lado para outro, sempre em busca de melhores posições diante da conjuntura.
Considerando a formação histórica da sociedade capitalista brasileira, as manifestações de junho e julho de 2013, que arrancaram frenesi da imprensa burguesa e foram consideradas expressões de “crise de representação política”, “crise institucional”, “primavera tropical”, “crise da modernidade”, “crise revolucionária”, entre outras denominações, encontram definições muito mais críveis na lógica da crise do capital e suas estratégias de superação do que nas formulações pós-modernas ou abertamente neoliberais, quiçá, neokeynesianas, posto que todas estas formulações teóricas fundam-se no pressuposto direto ou indireto da crise do capital.
A experiência histórica da classe operária, daqueles que vivem do seu trabalho, é de que somente a revolução social derrubará o capitalismo, colocando em seu lugar o modo de produção socialista. É esta a tarefa histórica que as condições objetivas colocam diante do proletariado, já exaustivamente sentidas no desemprego estrutural, na miséria, nas torturas e tormentos do trabalho e na ameaça à própria vida humana em razão da degradação ambiental. O capitalismo se enredou numa trama tal que as tentativas de saída da crise com o aporte de mais tecnologia só agravam a crise, isto porque reduzem o trabalho socialmente necessário à produção das mercadorias, apontando para dificuldades cada vez maiores para a reprodução da força de trabalho. Por outro lado, o não investimento em novos recursos nunca representou alternativa, pois a competição intercapitalista os obriga a fazerem isso ou a não sobreviverem. Não há dúvida que se encontra nas mãos da classe operária e seus aliados a resposta para tal impasse.
Para a construção dos fatores subjetivos, de constituição de classe em si para classe para si, devemos desde sempre continuar o trabalho de formação dos quadros e na defesa de um programa de emergência, capaz de ir além das medidas reformistas: que assegure o emprego, promova o desenvolvimento econômico através de obras de infraestrutura básica, escolas, hospitais, saneamento, energia, segurança alimentar, estatização dos setores estratégicos do país (petróleo, energia elétrica, telecomunicações, transporte público), pela defesa das reservas minerais (nióbio, tório e outros), das reservas de água e da biodiversidade, pelo avanço da integração econômica, política e militar com os demais países da América Latina, África e Ásia.
Essa mobilização deve ter como objetivo a unidade das forças progressistas nos comitês de luta contra o neoliberalismo e pelo socialismo, e no plano conjuntural fazer avançar o governo Dilma rumo à esquerda, na direção do rompimento com o imperialismo.
Assim, nestas eleições, a posição dos revolucionários organizados no Partido Comunista Marxista-Leninista (PCML-Br) é politizar as eleições em todos os estados, através da palavra de ordem: Responder à crise do capital com um novo paradigma de sociedade, eleger governos que lutem para atender às demandas mais sentidas do nosso Povo, em todos os estados, e acumular forças combatendo as políticas neoliberais de corrupção, clientelismo e empreguismo para derrotar as forças que apoiam o capital imperialista e seu sistema.
Diante do exposto, o Comitê Estadual do Partido Comunista Marxista-Leninista se dirige a classe trabalhadora do Ceará para se posicionar diante do processo eleitoral de 2014, indicando os seguintes nomes:
PRESIDENTE - DILMA 13
GOVERNADOR – CAMILO SANTANA 13
SENADOR – MAURO FILHO 900
DEPUTADA FEDERAL – LUIZIANNE LINS 1313
DEPUTADA ESTADUAL – ANA MARIA 13444