Minas Gerais e as eleições para governo do estado
A situação do povo em Minas Gerias é uma clara evidência dos efeitos que o capitalismo tem sobre a sociedade no geral. Desde a época da colônia, cidades como Ouro Preto e Diamantina viram suas riquezas serem levadas para a Europa pelo ciclo do ouro; viram a beleza de suas montanhas e vales se transformarem em miséria e poluição. Hoje a terceira economia do país (depois de São Paulo e Rio de Janeiro), o estado é número um na lista do Ministério do Trabalho com o maior número de trabalhadores em situação análoga à escravidão. É o estado que mais teve presidentes eleitos e todos foram/são brancos, apesar de ser o segundo estado do país em número de comunidades quilombolas (depois do Maranhão), incluindo em seu território municípios com índices de desenvolvimento humano entre os mais baixos do país.
Não é possível esconder para sempre as contradições aberrantes produzidas pelo sistema capitalista, ainda que a a educação e a mídia estejam completamente subordinadas aos interesses da 'Tradicional Família Mineira'. Coração logístico por sua localização geográfica, “porto terrestre” de escoamento da região sudeste para o resto do país e para a América do Sul, Minas foi também o estado a partir do qual se articulou e implementou todo o sistema de inteligência para a repressão da ditadura civil-militar que começou em 1964.
Para quem entende a realidade de maneira dialética, um lugar de extremo conservadorismo e repressão significa também muita história de resistência. Desde a Inconfidência Mineira às experiências guerrilheiras contra a ditadura, os mineiros e mineiras têm através dos anos entregado sua vida à luta contra a opressão e pela libertação humana. O ritmo da história não coincide com nossas expectativas ou necessidades, mas a certeza de que isso precisa mudar (e mudará!) companha aqueles que só têm como alternativa lutar ou morrer. Para levar a cabo essa tarefa histórica, é preciso entender profundamente a realidade e ter a paciência revolucionária (como dizia Luiz Carlos Prestes) de ser consequente perante a realidade concreta, independente da nossa vontade individual. Será eleito um governador para o estado e as verdadeiras possibilidades de vitória são: Fernando Pimentel, do Partido dos Trabalhadores (PT) ou Pimenta da Veiga, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Pimentel, que foi militante contra a ditadura, preso e torturado, está em primeiro nas pesquisas e é o candidato do Jornal Inverta.
Nós do Inverta temos clareza que as eleições burguesas não vão resolver os problemas do povo, porém a atual situação política e econômica exige uma posição que favoreça a luta popular – o que definitivamente não virá se os tucanos continuarem no poder e o conservadorismo continuar determinando as políticas públicas - seja com o neoliberalismo mais “moderno”, seja pelo antigo coronelismo que continua escravizando e matando camponeses no interior.
Desde o fim da ditadura civil-militar, o estado tem sido governado pelos partidos de direita. Como se pode observar na lista ao lado, fora os governadores da ditadura, os partidos no poder até hoje foram PMDB e PSDB, exceto o PRS em 1991 - um partido criado como manobra política para a candidatura de Hélio Garcia e dissolvido logo depois das eleições - e o atual mandato de Alberto Pinto Coelho Jr. (PP) - vice de Antônio Anastasia (PSDB) que renunciou ao governo do estado para se candidatar como senador. Diversos escândalos no estado são resultado do domínio desse setor da sociedade sobre o aparelho estatal, que eles administram como se fosse propriedade privada, usando a institucionalidade para continuar submetendo o povo e fortalecendo seu poderio econômico. Só para citar alguns dos casos mais conhecidos: o aeroporto construído por Aécio Neves para sua família no interior do estado; o helicóptero com meia tonelada de cocaína que era propriedade do deputado Perrela, que pagava o combustível com dinheiro da Assembleia Legislativa de Minas Gerais; todos os esquemas denunciados no livro Privataria Tucana que tiraram do povo brasileiro enorme patrimônio natural, industrial e financeiro; e o chamado Mensalão Mineiro ou Mensalão Tucano, no qual esteve envolvido o candidato tucano ao governo do estado, Pimenta da Veiga, considerado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) o “precursor do mensalão petista”.
Por isso também a importância de colocar no parlamento representantes do povo, que não apenas estejam abertos ao diálogo, mas que principalmente entendam e tenham sentido na pele os problemas que Hipocritamente, os tucanos usam o estado de Minas Gerais como vitrine de campanha, mas o povo já não aguenta mais discursos vazios e miséria. Se o Brasil avançou nos últimos 12 anos, por menor que tenha sido o avanço, ficar parado não é uma opção. Algumas políticas federais que beneficiam o povo foram aplicadas no estado, mesmo com muita resistência das autoridades locais, mas os mineiros e mineiras precisam de mais. Colocar um governador do PT no estado abrirá as portas para ampliar programas como Minha Casa Minha Vida, Pronatec, Mais Médicos, entre outros. Seria estabelecer um vínculo direto com o governo federal para contribuir com o desenvolvimento da infraestrutura do estado, diminuindo o risco de que nossa riqueza e nossas vidas estejam à mercê da ganância do setor privado, com o qual o PSDB tem um compromisso sólido.
Agora na reta final, os tucanos estão sem alternativas e partem para o ataque. O tempo histórico do neoliberalismo passou e não podemos admitir que a roda da história gire para trás. Nessas eleições, que são um jogo de cartas marcadas, a única alternativa real de voto é no PT e em sua base aliada, para permitir que mais medidas populares sejam elaboradas e levadas a cabo no estado. O Inverta de Minas Gerais indica voto em:
- Dilma (13) para Presidência
- Fernando Pimentel (13) para Governador
- José Bonomo (1347) para Deputado Federal