Apito para Cachorro
Ao diplomar Lula, no último dia doze de dezembro, a justiça eleitoral atestou a lisura do processo e reconheceu o resultado das eleições em que o petista saiu vencedor, reconhecendo a vontade da maioria dos eleitores brasileiros que escolheram por fim ao protofascismo que vem ganhando corpo na sociedade.
A diplomação do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, assanhou a matilha bolsonarista que, atendendo ao apito de seu comandante passou a agir raivosamente pelas ruas de Brasília, causando tumulto e assustando a população.
Seria cômico, se não fosse triste! Acampados nas portas dos quarteis, os fieis bolsonaristas esperam um sinal de seu líder para agir e impedir que o comunismo se instale no país. Porém, a única coisa que conseguiram até o momento foi o silêncio estrondoso do inepto governante e seus lugares tenentes que, sem apoio e coragem, não conseguem consumar o golpe ensaiado durante quatro anos.
Porém, sem competência para liderar um golpe de estado contra a democracia, Bolsonaro atiça seus apoiadores, esperando criar a tempestade perfeita, que amedronte a polução e lhe respalde a ação antidemocrática.
Apesar de ser considerado o líder, Bolsonaro não passa de um grande laranja a serviço dos donos capital, principais investidores para manter a matilha mobilizada e pronta para o ataque. O governo derrotado nas urnas conta com o apoio do capital, ferrenhos defensores da exploração da classe trabalhadora, eles alimentam e municiam com notícias falsas a turba que clama pelo golpe.
Para o desespero dos financiadores do golpe, tais atos antidemocráticos se assemelham ao roteiro de uma Ópera Bufa, espetáculo teatral encenado por personagens burlescos.
Nessa peça, Bolsonaro atua como um adestrador de cães que, nos momentos que lhe interessa, sopra o apito e sua matilha ruidosamente passa a ladrar e a rosnar. Por hora, todos estão fazendo ouvidos moucos para o barulho causado pelos fugitivos do canil. Espera-se que no momento certo a horda dos cães do fascismo seja recolhida e direcionada ao lugar de onde nunca deveria ter saído.
Apesar de parecer inofensivo é preciso tomar cuidado para que os atores, ainda que, canastrões não incendeiem o palco, colocando em risco a vida da população e abalando as estruturas do teatro.
Manoel de Oliveira
Jornalista