Semana João Saldanha na ABI sobre os seus 100 anos

No dia 3 de julho foi realizada uma série de debates sobre os 100 anos de João Saldanha, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Os debates aconteceram no auditório Belisário de Souza, durante todo o dia, onde no primeiro painel participaram os historiadores Victor Andrade de Mello, os professores André Couto, Alvaro Cabo, Leda Costa, Felipe Mostaro, além de César Oliveira.

No dia 3 de julho foi realizada uma série de debates sobre os 100 anos de João Saldanha, na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI). O evento foi organizado pela Associação de Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro (ACERJ), representada pelo radialista Eraldo Leite e pelos historiadores Vitor Andrade Mello e Cesar Oliveira, este último editor do livro “As melhores 100 crônicas – comentadas - João Saldanha”, com apoio da ABI. Os debates aconteceram no auditório Belisário de Souza, durante todo o dia, onde no primeiro painel participaram os historiadores Victor Andrade de Mello, os professores André Couto, Alvaro Cabo, Leda Costa, Felipe Mostaro, além de César Oliveira.

Na sua exposição, André Couto falou de seu estudo sobre o Jornal dos Sports, que foi fundado em 1931, e que contou com uma série de cronistas esportivos da mais alta linha como Vargas Neto, José Lins do Rego, Mario Filho, Nelson Rodrigues e João Saldanha, além de duas mulheres que também faziam parte do corpo de colunistas do JS quando este público era eminentemente masculino. O professor contou a trajetória de todos os grandes escritores que passaram pela redação do Jornal dos Sports neste período do seu estudo e afirmou que estas narrativas mostravam a conjuntura política e cultural da época. João Saldanha, com suas grandes tiradas de bom humor e ironia, foi um dos grandes destaques quando o assunto era futebol e usava a sua cultura para levar mais inteligência ao jornalismo brasileiro, principalmente no campo esportivo.

A professora Leda Costa abordou o personagem de João Saldanha como um herói autêntico no imaginário popular. “Além de uma liderança política que era muitas vezes polêmica, não deixou de ser respeitado por sua coragem de dizer as verdades, inclusive nos momentos mais duros da Ditadura Militar. Apesar de ter uma escrita autoritária e as vezes dura, nunca baixou a cabeça para os ditadores de plantão e sempre defendeu as lutas democráticas e populares, usando o futebol para passar uma mensagem de rebeldia e de inconformismo com a situação do Brasil”; afirmou a pesquisadora.

Na parte da tarde, a mesa foi composta pelo presidente do Conselho Deliberativo da ABI, Ivan Proença, e os radialistas José Rezende e José Antônio Gerheim. O conselheiro da ABI, Ivan Proença, destacou a importância política de João Saldanha e afirmou que ele faz parte da história do Brasil e disse ainda que o texto de Saldanha era bem coloquial e oralizante, uma vez que ele escrevia sobre o cotidiano e como se estivesse em uma conversa informal com algum amigo.

O radialista José Rezende fez referência às expressões populares de João Saldanha em seu texto. Ele criou uma série de gírias como “zona do agrião”, entre outras, que o tornavam um homem autêntico e independente, com uma linguagem acessível à população comum, por isso a sua importância para o jornalismo brasileiro.

Vários companheiros de profissão, admiradores e jogadores de futebol estiveram presentes nestas homenagens ao centenário de João Saldanha para lembrar várias histórias do “João Sem Medo”, que defendia as suas ideias com veemência e por isso comprou muitas brigas, inclusive literalmente, acumulando amigos e desafetos durante a sua vida de jornalista, técnico de futebol e comentarista esportivo.

Julio Cesar de Freixo Lobo