CANTARES AMAZÔNICOS
No último final de semana do mês de agosto de 2025, mas precisamente, na quinta, 28 e no sábado, 30, o Rio de Janeiro viveu um dos momentos mais singelos e sublimes e, ao mesmo tempo, de denúncia e descaso. O CANTARES AMAZÔNICOS, um CONCERTO fascinante, “anormal”, muito especial, que expressou a diversidade, a pluralidade e a qualidade de uma cultura musical preservada ao longo do tempo, mas também atenta às conjunturas sonoras AFROINDÍGENAS planetária. Com direção de NELSON FREITAS e Direção executiva de SIMONE LOPES E audiovisual assinado por ROGER HITZ, tomou uma dimensão extraordinária!
O som, a arte, a beleza musical de Nilson Chaves (Pará), que assina curadoria, roteiro e também a direção; Alberan Moraes (Acre); Bado (Rondônia); Célio Cruz (Amazonas); Dorivã (Tocantins); Eliakin Rufino (Roraima); Zé Miguel (Amapá); e Patrícia Bastos (Amapá) chegou às terras do Rio de Janeiro para contar histórias e mistérios da floresta e cantar os costumes e as influências recorrentes dos povos originários. Os oito artistas em cena, acompanhados por uma banda, toda formada por músicos da região amazônica, expressaram a força de uma “aldeia de vozes”, que emana a esperança e a alegria da cultura ancestral brasileira, na sala Cecília Meireles, um dos templos das apresentações musicais no Rio. Esse octeto fantástico de músicos e artistas renomados da região norte do país fez o Rio de Janeiro se emocionar com há muito tempo não se via por aqui. Uma espécie de grito revolucionário de uma região. Em Paracambi-RJ, esse grito não foi diferente talvez com outra intensidade já que a região da Baixada Fluminense sofre de uma carência de shows culturalmente importantes como esse, uma iniciativa bem-vinda da Secretaria de Cultura e a Prefeitura da cidade atenta não somente às questões ambientais da região, como também das várias partes do país.
O concerto CANTARES AMAZÔNICOS, tanto na Lapa, na Sala Cecília Meireles quanto na Baixada Fluminense, em Paracambi, no Cine Imperial, totalmente lotado, apresentou sonoridades e versos de uma cultura erguida e construída pelos hábitos e tradições dos povos de uma região que, mesmo sob a forte influência de massivas mensagens midiáticas subliminares, resiste, preserva e dissemina sua cultura desafiando o seu próprio tempo.
Jorge Ferreira