Austin e Queimados juntos na luta contra o neoliberalismo e pelo socialismo
Os Comitês de Luta Contra o Neoliberalismo e Pelo Socialismo de Queimados e Austin realizaram no dia 2 de julho de 2016 o evento “Piza na Fulô - uma homenagem a João do Vale”. A atividade ocorreu na Associação de Moradores Santa Cecília, em Carlos Sampaio, Austin, no município de Nova Iguaçu (Baixada Fluminense-RJ), onde estiveram presentes cerca de 70 pessoas.
O evento começou com um debate, coordenado por Isabel Zanon do CLCN-Austin e composto pelos palestrantes Haroldo Teixeira (sociólogo) e Márcia Paixão (estudante de Pedagogia), e como convidados Jorgina (secretária da Associação Santa Cecília), José de Moura (representante do CLCN-Nova Iguaçu), Maria de Moura (representante da Associação de Mulheres e Amigas de Padre Miguel) e Osmarina Portal (representante do CLCN-Rio de Janeiro).
Haroldo Teixeira dissertou sobre a conjuntura atual brasileira, explicando a condição dos trabalhadores na sociedade. Situação esta de miséria e exploração causada pelo fenômeno da mais-valia, isto é, o trabalho excedente do trabalhador que é roubado pelo patrão. E apontou o caminho da libertação desta situação de miséria e exploração, que é a união de todos os trabalhadores na luta por uma sociedade mais justa e igualitária, a sociedade socialista.
Márcia Paixão fez um breve histórico da trajetória de vida de João do Vale, falando da luta e dificuldade que ele teve para desenvolver seu trabalho como artista, cantor. Explicou aos presentes sobre sua história de resistência, e que deve ser um exemplo para que todos possam se espelhar. Afirmou que todos nós, trabalhadores e estudantes, estamos na mesma situação de João do Vale, sem poder desenvolver nossa capacidade criativa. E reafirmou as palavras de Haroldo, de que o caminho para nos libertar desta situação é a união de todos os trabalhadores e estudantes na luta contra o neoliberalismo e pelo socialismo.
Jorgina descreveu as dificuldades que vem encontrando, juntamente com o presidente da associação, para continuar mantendo o trabalho, pois sentem-se muito só, sem ajuda de outras pessoas, e que a associação corre o risco de fechar. E pediu um conselho: o que fazer para que isto não aconteça?
José de Moura falou que a dificuldade de organizar o povo para a luta não era só ali, é geral, e que as lideranças do povo não devem desanimar e sim continuar chamando e organizando o povo para lutar por melhores condições de vida.
Maria de Moura acrescentou que a dificuldade encontrada na Associação Santa Cecília é a mesma em todas as associações, inclusive na qual ela faz parte, mas que é preciso continuar organizando o povo para lutar e conquistar seus direitos.
Osmarina Portal, ao se pronunciar, deu à Jorgina uma grande esperança. Afirmou que a Associação de Moradores é um órgão da comunidade, um espaço onde os moradores possam se reunir para discutir os problemas sociais do bairro, e que por isso não deve fechar. Mas, para que não feche é preciso que a comunidade participe e se organize para cobrar das autoridades os seus direitos.
Seguidamente ao debate, foram realizadas as atividades culturais, com declamação de poemas e apresentação de grupos de dança e teatro.
O ato cultural foi iniciado por Esther, com a declamação e interpretação do poema “Sina de Caboclo”, de João do Vale, que retrata com clareza a exploração do homem pelo homem, quando diz que tudo o que o caboclo produz ele tem que entregar quase toda a produção ao senhor das terras.
Prosseguiu com a apresentação do grupo de dança do projeto Roda de Leitura de Queimados, composto pelas meninas Karine, Raele, Brenda, Sara, Matheus e Esther, que dançaram a música “Piza na Fulô”, em homenagem ao artista João do Vale. Em seguida, o grupo Sky Dance, com Pedro, Graciele e Marcele, apresentaram uma dança cuja coreografia, de autoria de Pedro, foi premiada em festivais.
Como contribuição à realização da atividade, foi servida também uma deliciosa sopa de ervilha.
O evento foi muito significativo, pois além de reunir a comunidade de dois municípios, deu a esta a oportunidade de discutir e ficar ciente dos acontecimentos nacionais e locais e de ouvir de forma objetiva sobre os problemas mundiais que atingem a todos. E tiveram também a oportunidade de conhecer os nossos materiais (jornais, teses e livros).
Todos estavam atentos, pois foi a primeira vez, nos últimos anos, que houve um evento com a característica de esclarecer sobre os acontecimentos internacionais, do Brasil e do local.
Marina de Oliveira – CLCN-Queimados