Pequena Grande Vida e um pseudocinéfilo mergulhado na luta de classes

O filme Pequena Grande Vida, Downsizing por seu título original em inglês, do premiado diretor Alexander Payne, estreia no dia 22 nas telas de cinema em todo o Brasil.

O filme Pequena Grande Vida, Downsizing por seu título original em inglês, do premiado diretor Alexander Payne, estreia no dia 22 nas telas de cinema em todo o Brasil. A película exibida nos festivais de Veneza e Toronto em 2017 tem um argumento intrigante: o que aconteceria na vida das pessoas se elas fossem “encolhidas” e passassem a viver em um mundo pequeno. Seria a solução para a humanidade diante da “superpopulação e das alterações climáticas que ameaçam o planeta?

 

O premiado diretor (Os descendentes), crítico da sociedade estadunidense atual, nos revela como seria essa aparentemente incrível transformação através da vida de Paul Safranek, um terapeuta ocupacional, empregado de um frigorífico, considerado um americano médio, que diante da crise atual em seu país e da falta de perspectiva decide com sua esposa, interpretada por Kristen Wilg (conhecida por sua atuação na comédia Saturday Night Live), ir para essa comunidade, para serem “encolhidos” e viverem confortavelmente, livres dos boletos e do desemprego. Imprevistos acontecem e ele tenta se integrar nessa nova sociedade, que seria inicialmente a solução aos seus problemas.

 

Em meio às fantásticas paisagens da Noruega, em que a natureza mostra toda a sua grandiosidade em contradição com a pequeneza da vida, o que se questiona a partir daí é que se os problemas dos quais fugiu na grande vida eram apenas de sua vivência ou eram oriundos da sociedade? Será que o conflito que vive a sociedade atual serão superados com o encolhimento do ser humano? Qual será a base dessa nova sociedade? Sua produção? E os que não foram para esse seletivo e minituarizado paraíso?

 

Alguns momentos do filme levam a uma lembrança de O Show de Truman, bem mais direto em sua crítica ao estilo de vida estadunidense, o sorriso plastificado e forçada polidez, mas a proposta do diretor não deve ter sido esta e alguns sairão do cinema confortáveis, querendo ir para essa “arca”, outros e outras, instigados a continuarem engrandecendo o homem e o planeta, revolucionando-os, para que não precisemos desses escapes claustrofóbicos.

 

Almeida Rodrigues