Redação do Inverta: LIBERDADE JÁ!
LIBERDADE JÁ!
As negociações para que se concretize um Acordo Humanitário de troca de prisioneiros entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e o governo colombiano de Álvaro Uribe têm ocupado cada vez mais espaço na mídia.
Chávez assumiu o papel de mediador das discussões, oferecendo o território venezuelano para reunir-se com o alto mando das FARC-EP no último dia 8 de outubro, no 40º aniversário da queda em combate do Guerrilheiro Heróico Che Guevara; segundo a senadora colombiana Piedad Córdoba, nomeada facilitadora do acordo, estavam destacados como emissários pelas FARC-EP os camaradas Ivan Márquez e Mono Jojoy e o encontro teve de ser adiado pela ausência de garantias de segurança por parte de Uribe a esses emissários.
O acordo de troca de prisioneiros é um princípio do direito internacional. Devemos saudar os recentes esforços para que se concretize, e o apoio que tem recebido de juristas, intelectuais, parlamentares e chefes de Estado por todo o mundo, como Ortega, Muamar el Gadafi, a União Européia e até Lula, que, após a nomeação de Chávez como mediador, ofereceu o território brasileiro para que se concretizasse o acordo.
Que não confundam, no entanto, “acordo humanitário” com “acordo de paz”, como têm exigido muitos dos apoiadores do acordo humanitário. Mesmo com a libertação unilateral, há alguns anos, por parte das FARC-EP, de 350 prisioneiros de guerra, o governo fascista de Uribe tem se recusado a negociar a troca de 45 prisioneiros capturados pelas FARC, dentre eles os 2 únicos prisioneiros de guerra estadunidenses vivos no mundo, por cerca de 500 guerrilheiros e guerrilheiras, prisioneiros de guerra, insistindo em caracterizar a guerrilha como terrorista e fugindo do próprio Convênio de Genebra, do qual é signatário.
Enquanto acusa as FARC de serem narcoterroristas, Uribe tenta esconder a relação umbilical de sua família com o narcotráfico e os recentes escândalos da “para-política”. Fumiga Colômbia e Equador com glifosato, exterminando as plantações de comida, com uma substância cancerígena. Enquanto exige “paz e democracia” para a Colômbia, ataca a guerrilha em supostas “ações para a libertação dos prisioneiros”, como a ação recente na qual morreram 11 deputados colombianos, e extradita cidadãos colombianos para os Estados Unidos contrariando todas as normas do direito internacional e fazendo sangrar a soberania do país.
As FARC são, antes de mais nada, força política. Força beligerante que luta pela definitiva liberdade do povo colombiano, que só poderá ser conquistada com a revolução comunista. Exército do Povo, que defende o futuro com honra e dignidade indescritíveis, ao preço de seu próprio sangue. Segundo Comunicado de seu Secretariado do Estado Maior Central de abril de 2004, durante o ano de 2003 as FARC combateram a Força Pública e os paramilitares em 4.447 oportunidades (12,18 por dia), nas quais houve 5,291 mortos e 4.701 feridos por parte do exército e dos paramilitares e 540 guerrilheiros e 84 milicianos mortos, além de 339 feridos.
Assim, a paz só será possível na Colômbia quando cessar a violência estatal e paramilitar que massacra intensamente o país há pelo menos 5 décadas. As causas que levaram à insurgência popular permanecem e se agudizam, num momento de aliança incondicional de Uribe com o governo dos EUA, que tenta sugar cada gota de petróleo no Oriente Médio pela força, massacra os povos latino-americanos e caribenhos com condições atrozes de exploração, golpeia as veias abertas da África. A luta do povo colombiano é a luta de todos os povos os povos do globo escravizado, é a luta de todos os povos explorados de Nossa América, pelos quais lutou Bolívar, é nossa luta!
O fato de que o acordo humanitário ainda não tenha se concretizado só demonstra, uma vez mais, o caráter lacaio e fascista do governo Uribe. A troca de prisioneiros é um direito! Que todos possam voltar às suas casas! Liberdade, Liberdade, LIBERDADE JÁ!
Redação INVERTA