Críticas a Bogotá por fim de mediação de Chávez

Paris, 22 nov (PL) O abrupto e inesperado final da mediação do presidente venezuelano, Hugo Chávez, para uma troca humanitária de prisioneiros na Colômbia, foi chamado hoje na França de "absurdo, dramático e desesperançador".

Críticas a Bogotá por fim de mediação de Chávez

 


Paris, 22 nov (PL) O abrupto e inesperado final da mediação do presidente venezuelano, Hugo Chávez, para uma troca humanitária de prisioneiros na Colômbia, foi chamado hoje na França de "absurdo, dramático e desesperançador".

O ex-esposo da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, cidadã franco-colombiana em poder da guerrilha desde 2002, e os comitês de apoio a sua libertação manifestaram aqui consternação pelo passo dado pelo governo de Bogotá.

Após fazer declarações ponderando o papel de Chávez e seu compromisso para tentar o intercâmbio humanitário dos retidos pelos insurgentes das FARC e a administração colombiana, o mandatário Alvaro Uribe mudou de parecer.

Num inesperado comunicado, o chefe de Estado de Bogotá anunciou o fim imediato da missão mediadora de seu homólogo venezuelano, e do papel de facilitadora da senadora colombiana Piedad Córdoba.

Fabrice Delloye, ex-marido de Betancourt, disse à rádio local que além da tristeza, a notícia se transforma num drama.

"O presidente Uribe é um homem difícil, capaz de mudar de idéia de um dia para o outro", afirmou.

Mesmo assim, a Federação Internacional de Comitês de apoio a Betancourt emitiu uma declaração na qual se mostrou "muito preocupada" pela decisão de Uribe, ao mesmo tempo que reiterou sua "total confiança nas gestões que realizava Chávez".

Com o papel de Chávez tínhamos a esperança de uma libertação de Ingrid e outros detentos. Agora não temos nada, e portanto pedidos que esta decisão seja reconsiderada, enfatizou a fonte.

O grupo de apoio próximo dos filhos de Ingrid Betancourt, emitiu outro texto no qual confessa ser incapaz de compreender a decisão de Uribe e acrescenta que nada pode justificar a sabotagem das possibilidades de um acordo humanitário.

Tudo isto ocorre depois de uma entrevista em Paris, na última terça-feira, entre o presidente francês, Nicolás Sarkozy, e o líder da Revolução Bolivariana, precisamente centrada nos progressos de uma eventual troca de prisioneiros.

Se alguém pode contribuir com a solução num assunto extremamente difícil, é o mandatário venezuelano, reconheceu o conselheiro diplomático de Sarkozy, citando palavras do presidente francês.

Jean-David Levitte comentou que Sarkozy e Chávez conversaram em detalhes sobre o dossier humanitário e "os diferentes roteiros a serem seguidos para fazer contato com o chefe das FARC, Manuel Marulanda, e obter uma prova de vida dos reféns".

 

 

Fausto Triana - Prensa Latina