Comunicado das FARC-EP: Acerca da detenção de Simón Trinidad

Comunicado do Estado Maior Central das FARC-EP, de 13 de janeiro de 2004, acerca da detenção do camarada Simón Trinidad

Comunicado das FARC-EP

Acerca da detenção de Simón Trinidad


 

1- A detenção do comandante Simón Trinidad no último dia 2 de janeiro, em Quito, Equador, trunca a missão clandestina que o Secretariado das FARC lhe havia assinalado: procurar nesse país um local adequado para a reunião com o secretário-geral da ONU, Kofi Anan, e com o senhor James Lemoyne, bem como o encontro previsto com representantes do governo francês com o objetivo de encontrar uma solução definitiva para o cativeiro de Ingrid Betancourt e demais prisioneiros de guerra mediante a troca ou intercâmbio humanitário.

 

2- A atuação de organismos de segurança dos Estados Unidos e da Colômbia nesta captura, além de constituir uma afronta à soberania do Equador, revela a existência de uma turva aliança entre Lucio Gutiérrez, o fascista Álvaro Uribe e a Casa Branca, dentro do âmbito do Plano Colômbia, contra os líderes revolucionários dos nossos países. É claro que a conduta destes governantes, atados à ambição hegemonista de Washington, não afeta a relação histórica, bolivariana, que sempre distinguiu os povos irmãos da Colômbia e do Equador.

 

3- Simón Trinidad é um destacado quadro político das FARC. No processo de paz suspenso há dois anos, atuou validamente, primeiro na comissão temática e depois na mesa dos diálogos.

 

4- Conclamamos os povos do mundo, as suas organizações políticas e sociais, os bolivarianos do continente e os governos democráticos a exprimirem a sua solidariedade com a justa luta do povo da Colômbia que enfrenta a ingerência cada vez maior do governo dos Estados Unidos no seu conflito interno. Apelamos à solidariedade com todos os presos políticos da Colômbia e para que exija-se do governo Uribe que não entrave mais a assinatura de uma troca ou acordo humanitário com as FARC que torne possível a libertação de prisioneiros de guerra e prisioneiros políticos em poder das duas partes, na qual incluimos, naturalmente, o nome de Simón Trinidad.

 

 

Secretariado do Estado Maior Central

Montanhas da Colômbia, 13 de Janeiro de 2004