Waldemiro Pereira da Silva (1934-2013), presidente do Conselho do PCML, presente!
Nascido em Três Rios, no interior do Estado do Rio de Janeiro, Miro, como era carinhosamente conhecido por revolucionários brasileiros de várias gerações, se integrou à luta pela transformação de nosso país ainda na juventude. Foi convidado à participar de reuniões organizadas pelos comunistas em uma oficina de peças na qual trabalhava ainda como aprendiz.
Depois se mudou para Nova Iguaçu, onde se organizou no Partido Comunista. Reconhecido como um revolucionário persistente e dedicado integralmente à tarefa de construir o Partido, Miro organizou células comunistas em todas as fábricas nas quais trabalhou. Tendo sido incluído na lista que os patrões mantinham com os nomes dos operários ligados ao Partido, foi perseguido e forçado a mudar de emprego várias vezes.
Como jovem operário, já com residência fixada no ABC paulista, exerceu militância cultural nos Centros Populares de Cultura (CPCs) da UNE e, em 1962, foi eleito delegado para o 8° Festival Mundial da Juventude e dos Estudantes em Helsinque, na Finlândia.
Após o golpe, se manteve no Partido, sempre ao lado de Prestes, mas também contribuindo na infraestrutura das organizações que se batiam em armas contra a ditadura cívico-militar. Foi preso duas vezes e manteve a integridade esperada de um verdadeiro revolucionário.
Miro acompanhou Prestes, que ao retornar do exílio lançou a “Carta aos Comunistas”, documento no qual o grande líder revolucionário denunciou o revisionismo imperante no PCB e corajosamente realizou uma autocrítica pela linha errônea seguida pelo Partido, desde sua fundação, derivada de uma incompreensão da realidade do capitalismo brasileiro.
É nesse período que entra em contato com a Organização Popular Pra Lutar (OPPL) e com o Jornal Inverta, onde reencontrou o espírito de luta que estava escasso após a derrota imposta pela ditadura, pelo assassinato de toda uma geração de revolucionários consequentes e pela traição e oportunismo de outros.
Na OPPL, e no Movimento 5 de Julho que a sucedeu, Miro encontrou outros revolucionários que atenderam o chamado de Prestes e passaram a se dedicar à formação de quadros revolucionários, condição imprescindível para a Refundação Comunista e para a organização de um partido verdadeiramente de novo tipo e revolucionário em nosso país.
Mesmo com uma certa idade, Miro não hesitava em realizar as tarefas que o momento lhe exigia. A cada nova edição, colocava os exemplares do Jornal Inverta na bolsa e, como tantos outros camaradas, passava em dezenas de bancas contribuindo com sua parte para a distribuição da Nova Voz Operária.
Tendo participado da Refundação do Partido Comunista Marxista-Leninista em 2000, Miro foi dirigente do Comitê Central do PCML(Br) e posteriormente eleito Presidente do Conselho do Partido.
Miro representa uma estirpe de revolucionários que nunca cansou, nunca traiu, nunca desistiu, nunca hesitou em colocar os interesses da classe operária e do povo brasileiro acima de sua vida pessoal. Dessa forma, Miro é um patrimônio vivo da Revolução Brasileira e um exemplo necessário e urgente para as novas gerações que se somam à luta em um momento tão crucial como o atual, quando a Crise do Capital é o prenúncio de grandes transformações.
Viva Waldemiro Pereira da Silva!
Viva o Partido Comunista Marxista-Leninista (Brasil)!