Violência em São Gonçalo(RJ) é uma excrescência

Há vários anos a região metropolitana do Rio de Janeiro está sendo vitima da violência desenfreada. Uma das maiores vitimas dos tiroteios, balas perdidas e assassinatos são as comunidades que ficam reféns da disputa entre as facções criminosas. Mais uma explosão de violência aconteceu no mês de novembro de 2021 no Complexo do Salgueiro em São Gonçalo

Há vários anos a região metropolitana do Rio de Janeiro está sendo vitima da violência desenfreada. Uma das maiores vitimas dos tiroteios, balas perdidas e assassinatos são as comunidades que ficam reféns da disputa entre as facções criminosas. Mais uma explosão de violência aconteceu no mês de novembro de 2021 no Complexo do Salgueiro em São Gonçalo. Neste caso 10 pessoas morreram em uma operação policial para combater vários crimes como roubo de cargas, arrastões e o tráfico de drogas na região.

A pericia feita pela Policia Civil sobre esta operação das forças de segurança mostrou que foram disparados 1 tiro a cada um minuto durante a intervenção policial no Salgueiro o que mostra a desproporção da força usada para coibir a criminalidade. É como se fosse usado um canhão para matar um formigueiro. O STF já tinha proibido a realização de operações policiais de grande porte no Rio de Janeiro durante a pandemia, mas o poder paralelo das forças de segurança estadual não respeitam a lei expedida pela autoridade mais importante do poder judiciário. O discurso fascista do atual presidente da república cria um caldo de cultura de histeria das forças de repressão sejam elas legais ou não.

O alinhamento do atual governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, ao presidente da república, Jair Bolsonaro, faz com que aqui em nosso estado aconteça uma resistência ao cumprimento das decisões do STF de mitigar as influências catastróficas da pandemia na área de segurança pública. Os dois mais recentes episódios de chacinas em comunidades carentes do Rio de Janeiro, Jacarezinho e Salgueiro, foram demonstrações claras que o projeto da elite dirigente do Brasil é a eliminação dos mais pobres do nosso país usando todos os meios possíveis e necessários para tal objetivo.

Existe uma queda de braço entre os atores políticos que se desenham no Estado do Rio de Janeiro. De um lado os defensores da ruptura democrática como é o caso do atual presidente da república e uma parte significativa dos saudosistas dos órgãos de repressão da ditadura militar que fizeram alianças com o crime organizado. Por outro lado uma parte defende a Constituição Federal de 1988 como é o caso do STF, entidades da sociedade civil e movimentos sociais que apoiam as liberdades democráticas e lutam contra os retrocessos em vários setores da sociedade brasileira.

Julio Cesar de Freixo Lobo