Nota do CNCN sobre a COVID-19

O Congresso de Lutas contra o Neoliberalismo declara sua solidariedade neste momento tão difícil, antes de mais nada, afirmando que por mais difícil que seja, com certeza, essa calamidade passará. As medidas de isolamento seguem sendo a nossa melhor opção para acelerar essa transição e impedir a contaminação de nossos entes queridos e companheiros e companheiras.

Aos pobres do Brasil, trabalhadores e trabalhadoras que sempre viveram em crise e agora sofrem com essa pandemia, que ameaça, de forma totalmente preocupante, as suas condições de vida e de suas famílias, as que estão em isolamento ou trabalhando:

O Congresso de Lutas contra o Neoliberalismo declara sua solidariedade neste momento tão difícil, antes de mais nada, afirmando que por mais difícil que seja, com certeza, essa calamidade passará. As medidas de isolamento seguem sendo a nossa melhor opção para acelerar essa transição e impedir a contaminação de nossos entes queridos e companheiros e companheiras.

Para muitos especialistas, o isolamento não se trata do método mais eficiente, porém, já passamos da fase de aplicação de outras medidas, uma vez que já estamos no estado de transmissão comunitária, quando já não se pode identificar o primeiro caso que originou a transmissão.

Mesmo não sendo o mais adequado, voltar atrás e revogar tais medidas não significa nada mais nada menos do que assumir um plano de assassinato em massa, pois o mundo já sabe que isso nos cobrará inaceitáveis milhares de mortes a mais. Mesmo sabendo disso, nós, trabalhadores e trabalhadoras, informais e formais, que já saímos muito prejudicados com o abalo nas atividades normais da cidade, vivemos um impasse: ou garantimos nossas fontes de renda, rompendo o isolamento, ou defendemos nossa saúde, de nossa família e de nossas comunidades.

Aqui cabe ressaltar que estarmos encurralados agora é parte de um plano do governo Bolsonaro que preparou essa situação desde o começo, não aprovando medidas de renda básica para as famílias, cortando, depois de reconhecida a pandemia, verbas do Bolsa Família e INSS, e não aprovando nenhuma medida para impedir demissões, muito pelo contrário, aprovou uma medida que permitia que os patrões suspendessem os salários por quatro meses, só voltando atrás nessa posição por pressão.

Cabe ressaltar que cortar os salários foi uma proposta do jornal O Globo, exposta no editorial de domingo, em 22/03/2020. Tendo como donos a família mais rica do Brasil, o grupo escancara seus interesses de que só saiam prejudicados os mais pobres.

Isso só nos mostra que o governo não faz isso por pura loucura, mas, na verdade, tudo corre de acordo com um plano bem articulado por chefes. O povo pobre trabalhador deve se conscientizar mais disso do que nunca.

Primeiro, que este governo no Brasil segue a idêntica posição de Donald Trump nos EUA. Lá, a pandemia escancara a crise na qual esse país mergulha ainda mais, inclusive declara a falência de seu sistema de saúde. Por isso, nos noticiários já anunciam que estão em processo de normalização das atividades, mesmo com casos na faixa de dezenas de milhares, longe da estabilização.

O partido de Trump também defende que todos os recursos de socorro do Estado devam ser destinados aos grandes grupos econômicos - os monopólios -, não a pequenas empresas e trabalhadores.

Aqui, sendo Bolsonaro um servo abnegado lambe botas dos interesses dos EUA, segue as ordens de mercado protegido, povo desprotegido.

Mas, no Brasil, a urgência da luta pela proteção, direito do nosso povo, é ainda maior, uma vez que também vivemos a Crise Orgânica do Capital, a acumulação de toda a nossa riqueza nas mãos do sistema financeiro, e ainda bancamos os custos de uma segunda crise: justamente a dos EUA e dos outros países ricos que há anos apresentam taxas de lucros próximas de zero. Na pandemia, pagaremos esses valores com vidas.

Essas ações não são só coisa de um ou outro governo, mas um tipo de política que deve estar na boca do povo, pois ele é o alvo: o neoliberalismo. Não há para onde ir em um sistema em sua crise orgânica, a única opção para seus administradores é sangrar o povo até a morte. Essa crise sanitária é um ponto dentro da crise geral e para esta se usa os mesmos métodos de superação. Por fim, manejam essa pandemia para que a mesma sirva de arma biológica. Matar o que pra eles é excedente populacional.

Por trás do pronunciamento que nos enche de nojo está um entendimento de que são só idosos que morrem e idosos são apenas um peso. A Reforma da Previdência já anunciava que vão querer nos matar antes de chegarmos nesse estágio da vida, desprezável segundo eles.

Sabemos que matarão também uma parcela mais jovem da população, pois o sistema público entrará em colapso e faltará atendimentos para outros problemas de saúde. Além disso, conseguem dessa forma quebrar as economias inimigas que minimamente priorizam seus povos, enquanto eles seguem suas atividades econômicas como sempre, explorando a classe trabalhadora.

Usam a tática de guerra chamada Blitzkrieg adotada pelos nazistas. Simplificando: a intenção deles é a de atingir o inimigo de forma rápida com um ataque para o qual não tenha formas de defesa. Esta tática é hoje sempre direcionada a alvos civis, aprofundando a dificuldade de reação do país. Qualquer semelhança não é mera coincidência. Usam assim a COVID-19 para operar uma guerra biológica.

Enquanto isso, China, Cuba, Vietnã, países que colocam o ser humano acima de qualquer coisa, levam médicos e suporte tecnológico para todo o mundo, sem medir esforços!

Mas, em meio a tanta desgraça, aqui uma esperança cresce, pois um caminho se abre bem diante de nossos olhos. Com a mesma velocidade que o vírus se espalha, se dissemina a verdade.

Por exemplo, o que seria de nós se o SUS tivesse sido completamente destruído? Seu reconhecimento e defesa nunca foi tão fácil.

Com a aflição que nos traz a falta de certeza de que nesse momento nossas vidas seriam colocadas acima de qualquer lucro, as amarras que nos prendem às velhas estruturas nunca pareceram tão pesadas.

O neoliberalismo nunca se mostrou com uma cara tão macabra e a necessidade de sua destruição nunca foi tão evidente.

Enquanto eles querem construir um cenário de caos social, nós optamos pelo caminho da fraternidade que se desenha como parte de nosso povo brasileiro.

A solução dessa crise não sairá das mãos do governo. Desse nem de nenhum outro, nem federal, estadual ou municipal. Não sairá desse congresso podre e vendido. Não sairá de empresários, lobos que querem se vestir de cordeiros. Pois, crescem nesse cenário charlatões que vendem soluções que desviam o espírito de luta do povo.

A solução só pode vir da organização do povo, do levante de dezenas, centenas, de milhares de comitês de organização popular, os Comitês de Luta contra o Neoliberalismo. Criar agora esses comitês, que são a única forma de defesa da classe trabalhadora, que em defesa do isolamento devem garantir medidas de abastecimento de alimentos e recursos de saúde para as comunidades, defesa de uma renda básica para as famílias, a defesa do emprego e o combate a todas as medidas neoliberais, em cada rincão do país.

Esses sim preparam o futuro que nunca foi tão desejado. Esses sim podem dar resposta efetiva, comunitária, inovadora e solidária ao povo. Homens e mulheres, jovens e idosos, do campo e das cidades, que estão dispostos a enveredar por um caminho novo, pelo caminho que fortalecerá o nosso povo, com braços fortes até o futuro, até o Brasil do século 21 livre, soberano e que pode vir a liderar a América Latina e o mundo ao futuro radiante da humanidade, que vêm se organizar no Congresso de Lutas contra o Neoliberalismo.

Queremos nosso povo forte e altivo para vencer a pandemia! Que a fraternidade construída nesses dias nos prepare para o grande momento da fraternidade de nosso povo, linda e permanente!

 

Por um plano de emergência em defesa do povo, pelo povo e para o povo!

Construir dezenas, centenas, milhares de comitês por todo o Brasil!

Todos os dias haverão de ser nossos!

 

CONGRESSO NACIONAL DE LUTAS CONTRA O NEOLIBERALISMO