Lockdown no Estado do Rio para conter aglomerações durante pandemia
Algumas cidades do estado do Rio de Janeiro amanheceram hoje, 11 de maio de 2020, em lockdown, expressão da língua inglesa que significa “confinamento”, “isolamento” ou seja, a restrição e/ou proibição do acesso de transeuntes ao espaço urbano, principalmente avenidas, ruas e locais como praças e parques urbanos; além do fechamento do comércio considerado pelas autoridades como não essenciais durante a pandemia que no estado vitimou 1.775 pessoas até 10 de maio. Além de Niterói e São Gonçalo, também Nova Iguaçu, Caxias, outras cidades estão aplicando a medida paulatinamente em seus centros urbanos.
O governador do estado do Rio de Janeiro, Witzel, já havia anunciado que esta medida seria estendida até o dia 31 de maio e que às prefeituras municipais cabe a responsabilidade de fazer cumprir a medida restritiva com o auxílio de força policial municipal, além da utilização da polícia militar.
Em Nova Iguaçu, o Prefeitura decretou o isolamento total do centro da cidade e divulgou através da imprensa os locais onde não será permitido, a partir de hoje, a circulação de pessoas e nem de veículos. O descumprimento será punido com multa de R$ 180 ao cidadão que circular sem vínculo com atividade essencial, multa entre R$ 649,64 a R$ 3.248,20 (em caso de reincidência) a estabelecimentos abertos de forma irregular. A medida consta também com reforço de bloqueios com os municípios vizinhos, testagem da temperatura das pessoas que entram na cidade, suspensão de obras públicas, ampliação em 40% da rede de leitos com respiradores, a ser implementada até 16 de maio. Os serviços essenciais continuam em funcionamento, como mercados e supermercados, farmácias, padarias, pet shops e postos de combustíveis.
Embora previsto o lockdown deixou muita gente surpresa no calçadão de Nova Iguaçu, que fervilhava no sábado com todas as lojas abertas e uma multidão que ali circulava, claramente alheia ao isolamento social, considerado até hoje como uma das medidas mais efetivas para conter a pandemia em todo o mundo.
O desrespeito deliberado dessa medida deu-se a partir do governo federal, com declarações do presidente da República, Jair Bolsonaro, que estimula e faz piadas com os milhares de casos de enfermos e mortos durante a pandemia no país, que pode se tornar em breve, a exemplo dos Estados Unidos, o epicentro mundial da contaminação por coronavírus, segundo estudo publicado pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, o número prevê uma variação de infecções para mais ou menos, considerando 1.345.034 casos no melhor cenário e 2.021.177 no pior. O atraso na aquisição dos exames e o baixo índice de isolamento social (em São Paulo, cidade mais afetada pela doença, o nível atingiu 46% em meados de abril, subindo novamente para 59 neste fim de semana), são alguns dos fatores que justificam a alta disseminação do vírus. Protestos anti-quarentena em São Paulo, Brasília e outras cidades do país também mostram que a situação pode piorar drasticamente.
Almeida Rodrigues