Amazônia entre desmatamento, grilhagem, fogo, sangue e mortes!
Depois de 9 (nove) dias desaparecidos na Terra Indígena do Vale do Javari (Amazônia), os corpos de Bruno Pereira indigenista brasileiro, servidor público da FUNAI e do jornalista e escritor inglês Dom Phillips foram encontrados nesta segunda feira, 13/06. A tragédia anunciada, porem escamoteada lembra William Shakespeare em a Tragédia de Hamlet (1599 a 1601), “Há mais coisas entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia”, contudo, aqui não se trata de vingança como em Hamlet, mas, de buscar a justiça. Todavia, não tenhamos dúvidas, a justiça que precisa ser feita aos homens e mulheres assassinados a mando do capital só terá “colo” quando a Revolução Social trouxer consigo a revolução do modo de produção capitalista por um outro que atenda a socialização das riquezas e da biodiversidade de todo o planeta.
Os interesses na biodiversidade na Amazônia ultrapassa as fronteiras brasileiras, mas, a base da exploração, destruição, grilhagem e o rastro de sangue e mortes estão ligados aos donos do “poder” que mandam executar qualquer um que tente atrapalhar os seus negócios do que movimenta milhões no submundo dos negócios.
Parece uma candilena toda vez ter que lembrar, e vamos continuar lembrando. Foi após o golpe neoliberal de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), que a destruição neoliberal avança no Brasil contra os trabalhadores, os aposentados, o meio ambiente, e paripasso a isso, a destruição das estruturas do Estado Brasileiro, suas empresas lucrativas, os direitos sociais, a educação, a saúde e as ciências, tudo sendo vendido, entregue ao capital estrangeiro das multinacionais e ao capital associado a burguesia internacional. Tudo de pior que esta acontecendo em nosso país tem a digital de Michel Temer (MDB), Jair Bolsonaro (PL) e da elite atrasado de nosso Brasil.
A morte de Dom Phillips e de Bruno Pereira segue um roteiro de filme de terror e com eles o lastro de sangue e morte das pessoas que lutam em defesa da Amazônia, dos indígenas e pela reforma agrária. Em 2021 forma 35 assassinatos decorrentes de conflitos no campo e ambiental, um aumento de 75% se comparados os anos de 2020 e 2021, segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT). As vítimas desses horrentos crimes são indígenas, sem-terras, quilombolas, posseiros, assentados, pequenos proprietários e quebradeiras de coco babaçu. Os massacres seguem a lógica da concentração de terra para favorecer o agronegócio e as invasões em terras indígenas para o garimpo ilegal, pesca ilegal, rota de trafico e contrabando nas fronteiras da Amazônia.
As mortes do inglês Dom Phillips e do brasileiro Bruno Pereira é mais um capitulo da triste história da exploração econômica dessas áreas na Amazônia por conta das sua floresta e toda sua biodiversidade que ali tem.
O governo Bolsonaro deve ser responsabilizado por todas esses crimes, pois, o seu governo destruiu o Ministério do Meio Ambiente, os Órgãos de Controle Ambiental e desmobilizou a proteção da Amazônia com a sua política neoliberal. Outro que deve ser responsabilizado é o vice-presidente da republica, o general Hamilton Mourão (PR), que estando a frente do Conselho Nacional da Amazônia Legal, foi incapaz de solucionar os graves problemas ambientais relacionados ao desmatamento, incêndios da floresta e dos crimes ambientais por grileiros e garimpeiros ilegais que avançam pra dentro das terras indígenas na Região do Pará e de toda a Amazônia.
O crimes e seus criminosos não cessão e a certeza da impunidade dos mandantes é um fato que envergonha o Brasil e o governo de lesa patria e entreguista. Aos povos indígenas, quilombolas, ribeirinhas, sem terra e trabalhadores das cidades e do campo, só resta a organização para se preparar para a resistência contra o projeto de morte neoliberal em Comitês de Lutas Contra o Neoliberalismo.
Sidnei Martins – Congresso Nacional de Lutas Contra o Neoliberalismo (CNCN)