Ônibus mais caro em SP
Ônibus mais caro em SP
Por: Roberto Figueiredo
Os proprietários das empresas de ônibus conseguiram uma vitória histórica na capital paulista: tornar as passagens de ônibus mais caras que as do Metrô, aumentando a sangria dos usuários, e a aprovação da instalação de catracas eletrônicas, o que demitirá cobradores e abaixará os custos do transporte.
Marta Suplicy enganou mais vez a classe trabalhadora. Depois de repetir mil vezes que não autorizaria qualquer aumento nas tarifas de ônibus acima de R$ 1,25, optou por ceder aos empresários um aumento de 21,7%, o dobro da inflação no período ou cerca de 4 vezes o reajuste salarial concedido aos trabalhadores condutores. Dessa forma, as passagens das lotadas sucatas ambulantes pularam de R$ 1,15 para R$ 1,40, embora um estudo encomendado pela própria prefeitura ao Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) sobre os custos deste tipo de transporte chegou à conclusão que a tarifa deveria situar entre R$ 1,30 a R$ 1,35.
O transporte por metrô, de longe o mais rápido, o mais confortável, o mais seguro e exige muito mais recursos técnicos e financeiros para a sua manutenção, ficou, no entanto, mais barato. Apesar do preço unitário ser o mesmo (isto é, R$ 1,40), o Metrô possibilita a compra de bilhetes múltiplos de 2 por R$ 2,40 (ou R$ 1,20 cada passagem) e múltiplos de 10 por R$ 11,50 (ou R$ 1,15 cada).
Outra oportunista concessão aos empresários, logo, contra os trabalhadores, foi a autorização de instalação de catracas eletrônicas nos ônibus, o que provocará a demissão em massa de cobradores (ou trocador). A utilização das catracas rebaixará o custo do transporte, não justificando portanto este aumento abusivo das tarifas. Mas, em contrapartida, a prefeita Marta Suplicy e seu secretário de Transporte, Carlos Zarattini, negociaram a garantia de empregos para a categoria de “pelo menos” 60 dias...
Os empresários conseguiram esta exploração histórica justamente numa cidade administrada pelo Partido dos Trabalhadores. Não a conseguiram num governo de Paulo Maluf ou Celso Pitta, administrações abertamente pró-empresários. Não, conseguiram este feito em apenas 5 meses do governo petista de Marta Suplicy!