Alckmin reprime protesto contra lixão de multi
Alckmin reprime protesto contra lixão de multi
POr: José Tafarel
O
governador Geraldo Alckmin e o secretário de Segurança
Pública, Marco Vinício Petreluzzi, ordenaram que a
Polícia Militar reprimisse
violentamente um pacífico protesto popular contra a empresa
transnacional Ecolar, do grupo francês Sita,
por pretender instalar um gigantesco lixão nas proximidades da
cidade de Perus, zona Norte da cidade de São Paulo.
O
interesse da transnacional francesa é transformar em lixão
um gigantesco terreno de
cerca de 1,3 milhão de metros quadrados, na Rua
Dr. Silvio Campos, ao lado da ferrovia Perus-Pirapora, numa área
tombada como Patrimônio Histórico por ter sido a sede da
1ª fábrica de cimentos do Estado de São Paulo.
O interesse dos munícipes, que há muito sofrem com a existência de outro lixão da mesma empresa por doenças respiratórias, pelo insuportável mau cheiro e pela incontrolável proliferação de insetos, é de transformar a mesma área em centro cultural.
Entre
a defesa dos interesses de uma transnacional em transformar a área
em lixão e os interesses dos munícipes
em construir um centro
cultural, o governo neoliberal de Geraldo Alckmin não recuou
em seu papel de administrador dos interesses privados capitalistas e
mandou a polícia agir “com rigor”.
A polícia paulista, com seu tradicional ódio contra os trabalhadores e a população, chegou jogando bombas de gás lacrimogêneo, despejando spray de pimenta, distribuindo pontapés e golpes de cassetetes somente porque um trabalhador deitou-se no chão para impedir que uma das faixas da Rua Dr. Silvio Campos, onde a trans-nacional quer instalar seu lixão, fosse liberada.
Sob o insano pretexto de assegurar o “direito de ir e vir”, o capitão Almir Ribeiro, que comandava a reação da PM, atacou violentamente os cerca de 4.000 trabalhadores, estudantes, ecologistas e munícipes que exerciam o direito constitucional de liberdade de manifestação. A utilização do aparato estatal para a defesa dos interesses privados do capital transnacional provocou em duas horas de reação repressiva a prisão de 3 manifestantes e o ferimento de dezenas de cidadãos, sendo que um destes ficou gravemente ferido devido aos animalescos golpes de cassetetes da polícia.
A
mesma transnacional Sita também controla a empresa de coletas
de lixo Veja Ambiental, uma das quatro que controlam o setor na
capital paulista. A Veja Ambiental é aquela empresa que bancou
viagem e a luxuosa estadia para o então prefeito da capital
paulista, Celso Pitta, e a sua esposa, na época
Nicéia Pitta, assistir no camarote a Copa do Mundo de 1998, na
França, coincidentemente a sede da matriz.
A Veja também
colocou dinheiro na campanha eleitoral de Marta Suplicy, ganhando
novamente a licitação para a coleta de lixo. Por essas
e outras que a Vega Ambiental será uma das principais empresas
a ser investigada pela CPI do Lixo, recentemente instalada na Câmara
Municipal de São Paulo.
Mas, para o governo neoliberal de Geraldo Alckmin, entre posicionar-se em defesa dos interesses dos cidadãos paulistas ou os de uma transnacional suspeita, colocou a força pública à disposição dos exploradores de nossa terra.