Apagão no Rio deixará população sem água
Apagão no Rio deixará população sem água
Por: Sucursal RJ
Sem
Luz e sem água: população viverá o
desespero de tentar sobreviver diante de condições
subumanas.
Com os apagões - fruto da falta de investimento no setor e das privatizações, como por várias vezes denunciou o INVERTA (as empresas privadas não iriam reverter recursos para os bens de serviço à população, e sim encher a burra de dinheiro e enviar para os seus países-sede) - o que era uma previsão e uma denúncia, agora está batendo na face do povo brasileiro, que se vê diante de mais essa demonstração de desrespeito das elites.
Além
de ficar sem luz, a população também ficará
sem água. Há que se entender o que acontecerá
após um apagão. A captação e a
distribuição da água no Rio de Janeiro em mais
de 80%, passa pela elevatória de Lameirão, localizada
na Zona Oeste, no bairro de Santíssimo.
A outra elevatória e estação de tratamento
importante é a do Guandu, que trata 43 metros
cúbicos por segundo e abastece parte da Baixada também.
Para se ter uma idéia, quando há um blecaute de uma hora, leva-se quase 24 horas para colocar o maquinário em funcionamento e isto significa que os moradores das regiões mais elevadas só terão a água normalizada, após 24 horas ou mais. Embora não exista oficialmente, toda uma lógica para priorizar o abastecimento para a Zona Sul e os bairros nobres das cidades foi criada nos anos 70, durante a ditadura militar, e pode retornar na medida em que os apagões vão deixar a população sem água.
Existe ainda um outro problema. As pequenas elevatórias que recebem água e bombeiam para o morros e as regiões elevadas terão ainda que ter um tempo maior para voltar ao funcionamento normal porque só receberão água depois que toda a parte baixa da cidade for abastecida.
Em Niterói existem duas estações: a de Imunana e a de Laranjal, que fazem a captação, tratamento e adução (nome que se dá ao bombeamento), além de abastecer este município, abastece também São Gonçalo e cidades próximas. A situação nestes locais não será diferenciada da dos demais.
Existe hoje no Congresso um projeto de lei, que será votado no dia 30 de maio de 2001, em que o governo federal vai entregar os recursos hídricos à iniciativa privada. FHC quer fazer com a água o que fez com o setor elétrico: privatizou e hoje estamos vendo o problema.
A Cedae apesar de sucateada continua pública, graças à resistência dos trabalhadores e da população do Rio de Janeiro. O sucateamento realizado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro se dá não só nos equipamentos mais também pela falta de concursos públicos e de novas contratações.