Crise da energia é culpa da falta de investimentos
Crise da energia é culpa da falta de investimentos
Por: Julio Cesar de Freixo Lobo
A
CUT lançou uma série de propostas para que a crise da
área de energia seja diminuída. Segundo a CUT, o
Brasil está nesta situação devido à
irresponsabilidade do governo
FHC na dilapidação do patrimônio público,
com a privatização
das estatais do setor elétrico, fazendo com que as tarifas
aumentassem mais de 200% e não houvesse cumprimento das metas de
investimentos das empresas vendidas com o financiamento do BNDES.
Redução da jornada de trabalho em 10%, com estabilidade no emprego e não diminuição de salários é uma das propostas da central sindical, que apresenta outras propostas ao conjunto de trabalhadores: o não funcionamento do comércio aos domingos e a limitação do funcionamento dos estabelecimentos em dez horas diariamente.
A suspensão da privatização do setor elétrico também é outra das propostas, com o congelamento das tarifas do setor e revisão das vendas das empresas que não estão cumprindo os investimentos previamente estabelecidos em contrato. A suspensão dos empréstimos de apoio à privatização do setor de energia e saneamento, dando incentivo a iniciativas que apóiem a utilização de fontes alternativas de energia privilegiando as pequenas hidrelétricas, as termoelétricas, a energia solar, eólica entre outras.
O Inverta foi saber a opinião do Diretor do Sintergia ( Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Energia do Rio), Ronaldo Moreno, sobre a possibilidade dos apagões em todo o país com aumentos das tarifas de energia. “Depois das privatizações as tarifas das empresas que foram vendidas aumentaram acima da inflação e agora com a falta de energia elétrica, as distribuidoras, além de aumentar os seus lucros, também querem demitir trabalhadores. A Light já avisou que por causa dos falsos prejuízos dos “apagões” deverá demitir cerca de 400 empregados . Nós já estamos nos mobilizando para evitar as demissões destes trabalhadores e na próxima sexta-feira haverá uma manifestação em frente à empresa”; afirmou Ronaldo Moreno.
Para ele, a causa dos “apagões” foi a falta de investimentos do governo FHC. Na década de 80 foram investidos R$ 8,5 bilhões no setor elétrico e nos anos 90 foram investidos quase a metade, R$ 4,5 bilhões, na infra-estrutura de energia. Ronaldo contou que Furnas tinha previsto um investimento de R$ 2 bilhões para este ano, mas até o momento o governo FHC só deixou a empresa investir R$ 800 milhões, principalmente no setor de transmissão de energia.
“As privatizações foram uma das causas deste caos do setor energético brasileiro e uma demonstração de que o neoliberalismo é um fracasso. O caso brasileiro de falta de energia e também dos EUA, no Estado da Califórnia, mostram que não existe regulamentação para o capital, que só quer mesmo lucros e que as privatizações na realidade são um erro na maioria dos setores essenciais da economia de um país”; concluiu o Diretor do Sintergia.