Fala das mulheres na COP 30, Belém Pará
Na quarta feira, dia 12/11/2025 entre os mais diversos temas discutidos sobre saúde, emprego, educação, cultura, justiça, direitos humanos, qualidade e integridade da informação, e dos trabalhadores se abordou também a questão das mulheres e as cidades.
Para falar sobre esse tema foram convidadas diversas parlamentares que atuam em áreas populares, Jack Rocha, deputada federal pelo Espirito Santo, Carol Dartora, deputada federal pelo Paraná, Taina de Paula, vereadora, secretaria do meio ambiente e clima da capital do RJ, Rosa Amorim, deputada estadual por Pernambuco, Célia Xakriaba deputada estadual por Minas Gerais e Benedita da Silva, deputada federal.
Carol Dartora, primeira deputada federal negra eleita no Parana, denunciou como as pessoas pretas e pobres da periferia sofrem com o frio, “diferente dos ricos que curtem, que vem ao Sul para curtir o frio, tomando um vinho, nós passamos por todas as adversidades, sofrimentos, que o frio proporciona”.
A deputada de Pernambuco, Rosa Amorim, presidenta da Comissão de meio ambiente e sustentabilidade, destacou o papel politico que as mulheres negras, indígenas e periféricas vem desempenhando, destacou que a luta dos sem terra, que é sua origem, e outros movimentos não se dissocia da luta pela questão climática, pela democracia e justiça social. Afirmou: “Não tem como discutir a cidade sem discutir o campo, quando se fala em crise climática, racismo ambiental, os sujeitos mais afetados são as mulheres negras, as indígenas, é o problema da fome. Toda vez que o capital entra em crise ele se reinventa para garantir sua taxa de lucro, investe nas terras indígenas, nos quilombos, trabalham para que países como o Brasil, do Sul global, não façam a reforma agraria. O impacto das alterações climáticas atingem mais a população periférica. Vivemos um momento de aprofundamento da crise do capital”.
Célia Xakriaba, deputada, militante desde os 13 anos, denunciou o asfalto nas terras indígenas, e disse que também asfaltaram as mentes humanas, “aqueles que matam mulheres, são os que destroem as montanhas, são os que tem coragem e agridem todo o Brasil desde o inicio: mulheres negras e indígenas”. E afirmou que quando se discute a transição energética, precisa passar pela transição da politica no parlamento, a deputada também denunciou que o Brasil é o pais mais violento, ficando só atrás da Colômbia na questão da defesa do meio ambiente e nos direitos humanos.
A secretaria do meio ambiente Taina de Paula do RJ, afirmou que essa COP/30 tem o papel de pensar o futuro, assim como um outro modo de vida, as cidades dentro da disputa global querem e exigem mais financiamentos para os governos locais, os prefeitos e prefeitas vão entregar uma carta da Coalizão Darci 40 que reivindica não só 1.3 trilhões para as cidades , mas também a liberdade de adequar a verba a realidade das cidades, e não impor as determinações do Norte Global na COP/30 as comunidades quilombolas, indígenas, temos nossa realidade concreta.
Essa é a COP da verdade, essa é a COP do mutirão. E denunciou quem são beneficiados com verbas para preservação lobistas que representam o capital, que são os próprios que destroem as florestas. Defendeu a CPI do agrotóxico, do plástico e do microplástico, continuamos consumindo aquilo que nos definha, nos mata, inclusive aquilo que financiadores da COP/30 produzem, no Sul Global, nós mulheres temos que denunciar por que nós não temos amarras”.
Benedita da Silva, aproveitou o momento pra anunciar que vai sair candidata ao Senado, falou de sua luta, veio da comunidade, e disse a cidade é feminina. Nós no Brasil, não sabemos quantos quilombos temos na Amazônia, os territórios quilombola e indígenas foram espremidos e até sumirem , citou no Rio de Janeiro a Urca, a Praia Vermelha, onde as mulheres indígenas contavam suas historias, era local de concentração, sumiram. As parlamentares finalizaram suas falas com a palavra de ordem a cidade é feminina, a floresta é feminina!
Osmarina Portal
