COP 30 e o recrudescimento das Alterações Climáticas
A pauta que o imperialismo quer calar pois não encontra solução
A capital paraense, Belém do Pará, entre os dias 6 e 7 de novembro de 2025 e, posteriormente, entre 10 e 21 de novembro do mesmo ano, transformou-se na capital do país, ao tempo em que as alterações climáticas em todo mundo deixam de ser fatos ilusórios e isolados e começam a destruir populações inteiras, e tem nos mostrado as duras realidades das populações que estão em profundo estado de vulnerabilidades, levando a que as ações que são necessárias para se reconstruir um mundo para todos deixam de ser de urgência e passam a ser de emergência.
A Amazônia legal brasileira tem uma área de 5.217.423 quilômetros quadrados, que compreende 61% de todo o território brasileiro. É dividida em Amazônia Ocidental e Amazônia Oriental e foi definida em 1953, como uma área destinada ao planejamento territorial e estratégico, com o objetivo de ampliar o desenvolvimento socioeconômico (combate a biopirataria) dos municípios que compreendem este espaço e que sofrem desafios comuns, como o desmatamento, as queimadas, o déficit de redes de saneamento, a falta de infraestrutura e a pobreza.
São nove os estados da federação que compõem a Amazônia Legal: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Maranhão (uma parte), Mato Grosso, Rondônia, Roraima e Tocantins. Nesta região há um total de vinte e oito mil habitantes, porém, a Amazônia não existe apenas no Brasil. A Amazônia Internacional é composta pelos países que integram o bioma Amazônia, e que possuem uma cobertura vegetal e a maior bacia hidrográfica do planeta, a bacia do rio Amazonas. Desta maneira, além de ser formada pelos estados brasileiros da Amazônia Legal é composta por Peru, Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana Francesa.
Com a substituição do Protocolo de Quioto, a COP 29 realizada em Baku-Azerbaijão reafirma o Acordo de Paris sob novas metas, assim, surge o “Caminho de Baku a Belém” lançado pelos presidentes da COP 29, Mukhtar Babayev, e da COP 30, André Corrêa do Lago, que propõe um plano estratégico de cinco frentes de ação, o que chamam de (5Rs/ Mapa) para mobilizar o quantitativo de pelo menos US$ 1,3 trilhão por ano em recursos para países em desenvolvimento até 2035.
As frentes são as seguintes: primeiro: Reabastecimento de doações, financiamento concessionais e capital de baixo custo; segunda: Reequilíbrio do espaço fiscal e da sustentabilidade da dívida; terceira: Redirecionamento de financiamento privado transformador e redução de custos de capital; quarta: Reestruturação da capacidade e da coordenação para portfólios climáticos em escala e quinta: Reformulação de sistemas e estruturas para fluxos de capitais equitativos. As frentes sugerem uma reestruturação do financiamento climático global e um alinhamento das políticas fiscais e instrumentos de crédito às metas de descarbonização e adaptação.
É neste clima que, no dia 13/11, na Zona Azul da COP 30, foi estabelecida a pauta para a aplicação das NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas), em que cada país definiu as próprias metas de redução de emissões, recomendou fiscalização constante e ratificação do que foi estabelecido no Acordo de Paris, em uma cooperação internacional.
No dia 16/11, na Assembleia de encerramento da Cúpula dos Povos, o apelo foi para que os países desenvolvidos, responsáveis históricos pelas emissões de gases de efeito estufa, financiem e transferiram tecnologia para países em desenvolvimento, como o caso do Brasil, além de combaterem a emergência climática, a fim de promover justiça social, proteção aos povos tradicionais e o combate ao racismo ambiental, em prol da unidade dos povos e da construção da luta internacional.
É neste cenário que se faz notar as contradições impostas pelo sistema capitalista, uma vez que é imperioso que o povo trabalhador entenda o que é a diferença entre socialismo e capitalismo, conforme observa o pensador Aluísio Beviláqua no livro Alterações Climalíticas e a Globalização Neoliberal – Uma Análise Marxista que explica a finalidade dos modos de produção, no socialismo o que é prioridade são as vidas que devem ser preservadas e não o lucro, portanto, precisamos ampliar o processo científico e tecnológico e garantir um processo educativo que garanta a consciência e a convivência equilibrada entre homens e natureza para que se possa passar conhecimento para as gerações futuras.
Jacqueline Alves
