Artistas saúdam 17 anos de resistência do INVERTA!
Ananias, do Sudeste Show
“Sou representante do Sudeste Show e nossa linha é a boa música, o bom ritmo. Não nos deixamos levar pelas influências eletrônicas onde usam recursos que tiram a riqueza do som e não se consegue definir o que é música, o que é batida.
O Sudeste Show canta a cultura, a música de raiz que fez sucesso nas décadas de 60, 70, 80 e que estão aí até hoje. Na dança de salão, por exemplo, os professores ensinam com a música de raiz, é claro que se você não aprender com a música de raiz, não aprenderá com nenhuma outra e na dança de salão no Brasil, o forró é a música mais tradicional.
É a música que sentimos na alma, é bonita como nosso povo e cativa quando bem tocada, seja no violão, na flauta, no acordeom, etc.
Hoje, muitos fazem o forró com um teclado programado com uma só batida para diversas músicas e isso está matando a nossa cultura. As crianças e jovens devem aprender sempre sobre a nossa cultura para estarem a par do mundo que as cerca, se não, não vai demorar muito e a nossa cultura desaparecerá de vez.
O sudeste show está sendo uma alegria para mim, estou tocando ás sextas, sábados e domingos, contando sempre com meu filho Ronald, que também faz parte do grupo juntamente com a cantora que nos acompanha. Estamos preparando nosso CD e continuamos na batalha”.
Angela Medeiros
“Viva a luta dos trabalhadores e trabalhadoras! A cultura é uma das ferramentas essenciais para a emancipação do povo, estaremos à frente dessa construção, tanto à frente das barricadas e levantes, como também dos cantos e dos momentos de alegria e socialização! Vida longa ao Inverta, liberdade aos presos políticos já! “
Membros da banda América Vermelha
“A música é fundamental em todas as áreas da vida. Ela sensibiliza e transforma a visão de mundo. A inclusão do ensino de música na grade curricular obrigatória será de grande valia para a formação das pessoas (Alessandro da Silva Almado Ferreira).
O décimo sétimo aniversário do jornal INVERTA, é sem dúvida, um grande momento para o povo brasileiro. Uma história de resistência e luta pelo socialismo no Brasil que comprova teórica e praticamente que ao contrário do que prega a burguesia, o proletariado é mais do que capaz de escolher o seu próprio caminho (Pedro M.)”.
Banda Medida Q
Sobre o Jornal INVERTA como resgate da cultura popular
“A cultura mas-sificada pela mídia é bem diversa da cultura autêntica e espontânea e em pouco se confunde com esta última. O povo brasileiro é muito rico de diversidades, um verdadeiro "celeiro" de talentos e potencialidades que, no entanto, são mini-mizadas, brutalmente tolhidas e, os seus "artistas em potencial", são dragados para o processo produtivo do capital desde cedo. É o estereótipo da mãe e pai, pobres ou de classe média, que dizem ao filho que se inicia no mundo da música: "larga essa vida meu filho, isso não dá futuro". Não que esses pais, com toda autoridade para falar de tal assunto pela sua experiência de vida, estejam errados efetivamente, mas o sistema em que eles vivem leva a isso. A grande mídia produz um modelo do que "vende" ou do que "pode ser vendido" e se você não se enquadra em tal perfil fica muito complicado levar uma carreira independente e isso destrói o novo artista, o original.
Nesse contexto é louvável a atitude do jornal INVERTA, que com o INVERARTE promove a cultura popular em todos os seus âmbitos, não só o musical. Uma oportunidade para quem não tem espaço na grande mídia que fabrica uma cultura artificial. Aproveitamos essa pergunta inclusive para agradecer a oportunidade e o espaço que vocês estão nos abrindo nas folhas do jornal e que já abriram no último INVERARTE.
Agradecemos ao jornal INVERTA, que nos abriu esta porta para que mais pessoas possam conhecer nosso trabalho. A todos, principalmente os jovens, dizemos que se realmente lutarmos por nossos sonhos e acreditarmos em nós mesmos, antes de tudo, chegará o dia em que a injustiça não será páreo para o poder que nós temos de transformar nossa própria realidade. Abraços a todos, da Banda Medida Q”.
Glauber ( desenhista, grafiteiro)
Protesto, grafite, criminalização da pobreza
“Acho que quando você fala de liberdade, revolução, cultura e tudo mais, você tem que pensar no seu próximo. Quando um cara vive do grafite, ele se levanta, porém ele perde todo aquele estímulo, aquela vontade de mostrar para o próximo a liberdade que ele poderia ter também. Eu tenho expectativa de futuramente não está vivendo do grafite, por que grafite para mim é rua, é parede, você passar por uma parede, gostou daquela parede, vai lá e pinta, é isso, é liberdade. O grafite, para mim, não tem que agradar esteticamente quem está vendo, você tem que passar uma mensagem do que é o grafite.
Com essa grande massificação da mídia, ficou muito mais fácil mostrar a sua intenção, que é mostrar que o povo preto e pobre é errado. As pessoas criticam muito o Rio em relação à violência, o que não é verdade, a violência é nacional, mundial. Eu vejo que a violência hoje no Rio foi uma semente que a burguesia, a política jogou, não sabendo que ela iria se enraizar e desceria para o asfalto. Antigamente preto se matava entre preto, era facção se matando entre facção. A gente vê que aquele pretinho da comunidade carente, que não teve auxílio à cultura, dignidade, oportunidade de trabalho está procurando o espaço dele da forma que ele aprendeu. Aprendi que o bandido não nasceu bandido, o policial não nasceu policial. A mídia coloca o bandido contra o policial. A polícia é a mesma carne do bandido. O policial nada mais é do que um ser da periferia como o bandido. O pessoal da classe alta se torna juiz, se torna advogado, ninguém da Zona Sul quer fazer prova para a polícia. Criaram a polícia para caçar preto para que o preto caçasse a polícia e cria-se essa guerra e realmente quem sofre são os jovens. É o mercado da guerra, assim como o Bush faz, no Brasil cria-se o mercado da guerra através da violência que é imposta pela burguesia e pela mídia. Quem mora na comunidade carente sabe que existe a violência, mas a violência não é tão grande como a mídia mostra. A mídia mostra que 90% da comunidade carente é de bandido, mentira, 90% da comunidade carente é de trabalhador. A mídia inverte os valores, faz com que o povo pobre brigue entre o povo pobre e esqueça quem está no alto escalão matando com a caneta e com o papel, criando leis e oportunidades que só favorecem quem não faz parte da classe trabalhadora” .
Companhia Palco e Platéia, com Luiddi Mangeffesti (escritor, produtor e ator), Fabiana Fazzini (produção, sonoplastia e iluminação), Rosangela Rosa (atriz) e Darllan Monteiro (ator e músico).
O objetivo do grupo?
“Nosso objetivo é levar um pouco de arte para as crianças, principalmente as do nosso bairro, pois moramos em uma comunidade carente que não sabe o que é teatro. Estamos encontrando muita dificuldade, não é fácil, precisamos de apoio das entidades. As dificuldades são grandes, mas estamos tentando, estamos caminhado. É complicado, porque o incentivo é muito pouco, as dificuldades são grandes, temos que saber dividir tempo e espaço, não é fácil. Para mim, a experiência no INVERARTE foi fortíssima, com um público exigente, voltado para um trabalho revolucionário. Temos que seguir, não podemos parar, se não morreremos. Vamos levar em frente nosso objetivo, temos projetos e temos que ir em frente. Se pararmos nos obstáculos, nós nunca vamos criar e produzir nada, os obstáculos têm que servir de estímulo para seguir adiante”.
UNIAFRI
Grupo musical e teatral
União Afro dos Irmãos, um trabalho afro em prol de uma sociedade justa! A 8 anos um grupo de teatro musical, dedica todo seu tempo na luta contra a discriminação racial, tendo a cultura afro como arma mais significativa! Tendo como presidente o estudante de medicina Watusi Madeira e como Diretores as jovens Silvia Mariano, Sueli e Claudia e um elenco de 20 artistas entre percussionistas, atrizes, atores, dançarinas e cantores, produzidos pelo Prof. Madeira, o grupo apresentam a 8 anos o espetáculo "BANZO - A saga de uma etnia", musical afro com duas horas de duração, onde contam a formação do povo brasileiro, dêsde a chegada dos
primeiros escravos no Brasil em 1540, até os dias de hoje, numa sequência cronológica onde apresentam de maneira inédita, 16 ritmos afro, do mais primitivo (antigo), aos mais moderno como hip hop e samba, viajando ainda por 10 ciclos econômicos, os quais o negro teve papel fundamental. O espetáculo será apresentado fragmentadamente no dia 27 de setembro no aniversário do jornal Inverta e na sua plenitude no dia 20 de novembro de 2008 (dia de Zumbí) em um grande espetáculo na Cidade do rio de j aneiro com total apoio deste combativo jornal.