O escândalo de Campos dos Goytacazes

A juíza Denise Appoli- naria, da 76a zona eleitoral, de Campos dos Goytacazes (RJ), tomou uma decisão inédita sobre o resultado das eleições no município em 2004. Foram penalizadas várias figuras da política do município e do estado, como o atual prefeito Carlos Alberto Campista (PDT), que teve o mandato cassado assim como seu vice, além do ex-prefeito da cidade, Arnaldo Vianna (PDT), que também teve os seus direitos políticos suspensos pela Justiça. O ex- candidato derrotado Geraldo Pudim (PMDB) também foi sus-penso e teve seus direitos políticos cassados. Se a decisão da juíza for mantida deverão ser realizadas novas eleições em Campos dos Goytacazes nos próximos meses. O mais surpreendente é que o atual presidente do PMDB, Anthony Garotinho, e sua mulher Rosinha Matheus também tiveram os direitos políticos suspensos pela juíza Denise Appolinaria durante três anos.

As acusações que pesam contra os envolvidos são de abuso do poder econômico, compra de votos, uso de propaganda ilegal nos meios de comunicação, programas do governo estadual sendo usados para apoiar os candidatos, entre outras irregularidades. O casal Garotinho disse que vai recorrer da decisão da juíza e não acredita que as instâncias superiores confirmem a sentença. O ex-governador Anthony Garotinho e sua mulher Rosinha Matheus fizeram acusações à juíza Denise Appolinaria afirmando que ela é simpatizante do Partido dos Trabalhadores e que sua sentença é mais um planfleto do que um ato jurídico. As acusações do casal campista foram repudiadas por várias instituições ligadas à Justiça, como o presidente do STF (Superior Tribunal Federal), Nelson Jobim, que disse ser inconcebível esse tipo de ilação do casal Garo- tinho sobre a simpatia dajuíza pelo PT no município de Campos dos Goytacazes.

Entre as acusações contra os envolvidos estão: o uso do cheque-cidadão para os eleitores cadastrados às vésperas do primeiro turno, distribuição de kits escolares faltando nove meses para o término do período letivo, e a origem de R$ 318.470 em dinheiro apreendidos na sede do PMDB em 29 de outubro de 2004, véspera do segundo turno das eleições. Além disso, um candidato a vereador pelo PL, Jocinaldo da Silva, afirmou ter comprado votos com recursos do PMDB e diz que tem recibos assinados por eleitores para comprovar as acusações.

JCFL