Inverarte: Um encontro cultural, popular e revolucionário
Inverarte: Um encontro cultural, popular e revolucionário
Nestes dez anos de Inverta, temos procurado, através do Caderno de Cultura, divulgar a resistência cultural de nosso povo ao massacre ideológico que o imperialismo tenta em vão promover. Este Inverarte abre este ano os preparativos para a festa dos dez anos de luta e resistência do Jornal.
O Inverarte
realizado no dia 19 de maio, no Clube da Marinha, em Campo Grande, o
primeiro na Zona Oeste/RJ, foi um sucesso, com a participação
de moradores da região, militantes e simpatizantes do PCML.
Estiveram presentes artistas da Zona Oeste, o Editor do Jornal
Inverta, Aluísio Beviláqua, representantes do PCML,
representantes dos DCEs das faculdades da Zona Oeste; a Editora
Inverta, que expôs suas publicações; Associações
de Moradores da região e grande quantidade moradores do bairro.
O evento contou com apresentação de peça teatral, música de qualidade; além de exposição de quadros dos artistas plásticos Priscila Sabatino, José Roberto e Marcos Valério e exposição de fotos de Sebastião Salgado, organizada pelo poeta e estudante de Geografia, Otaviano. Participaram ainda Nancília, escritora; os músicos Werber Werneck, Zoby, Elísios, Nem, Marta, entre outros e os grupos Nova Resistência e Resistência Humana.
Artistas falam ao INVERTA
“É preciso inverter o sistema”
Idioraci,
ator: “Eu acredito na coisa, é preciso inverter o sistema.
Estou lendo o Marxismo e a gente precisa inverter as coisas. O
Inverarte, o Inverta trazem uma nova opção de arte, de
lazer, não deixa nada a desejar. O que os meios de comunicação
vêm fazendo é deseducar o povo. Nós precisamos
levar alegria com educação, formação,
coisas melhores para as pessoas. E o Inverarte é importante
por isso”. Idioraci mostrou seu talento e versatilidade de um ator
que teve como mestre Valdir Onofre. Apresentou-se junto com seu
mestre em “Navio Negreiro” e depois cantou, revelando um talento
que em nada deixou a desejar.
“Já estou pensando em fazer o segundo”
Otaviano,
poeta: “minha relação com o Inverta é de pouco
tempo. Eu leio o jornal e também já escrevi; ele
veicula de maneira melhor as coisas. Participei da organização
desse evento a partir do Inverarte da Baixada, pois achei legal o
trabalho feito lá. O nosso sonho se realizou; já estou
pensando em fazer o segundo. Juntar arte e política é
então barrar a banalização da cultura promovida
pela globalização".
“Com certeza estarei nos 10 anos de INVERTA”
Elísios de Búzios, cantor e músico: “O Inverarte é um grande incentivo para a Zona Oeste, é um evento com futuro. Eu estou me convidando para outros eventos. E com certeza estarei nos 10 anos do Jornal Inverta”.
“Já estou me convidando para o próximo”
Nem e Marta Paixão, músico e cantora: “Nos surpreendeu o povo ter vindo em massa, ter aderido ao Inverarte. Um evento como este que mistura arte, política, poesia é de importância fundamental para o povo conhecer a cultura e entender que cultura é fundamental para o ser humano. Por isso é importante outros Inverarte, já estou me convidando para o próximo e para a festa dos 10 anos. Foi uma oportunidade de divulgar nosso trabalho”.
"RAP é resistência"
Nova Resistência, rap: “Nosso trabalho se detém na idéia de mudanças profundas no lado social. Eventos como este Inverarte são importantes, porque são eventos de resistência”.
Aplausos para a leitura do “Navio Negreiro”
Valdir Onofre, cineasta e professor de teatro apresentou com seus alunos o poema de Castro Alves “Navio Negreiro”, levantou o público que aplaudiu de pé. Mesmo adoentado prestigiou o Inverarte. O poema foi apresentado em homenagem à luta de libertação do povo, pois segundo Valdir, “estamos no mês de maio, mês que lembra a luta pela liberdade, de forma que vamos fazer a leitura dramatizada do poema”. Que foi apresentado com a participação do próprio cineasta, Idioraci seu ex-aluno e os mais jovens alunos que simbolizam a mais jovem geração que está sendo formada por Valdir Onofre.
“Precisamos de pessoas que acreditem em nosso trabalho”
Jim,
cantor e compositor: “Precisamos de pessoas que acreditem no nosso
trabalho. O que a gente queria é que houvesse mais eventos
desse tipo, que tire as pessoas do anonimato. A Zona Oeste é
um núcleo que pode reunir grandes artistas. Que esse tipo de
trabalho seja contínuo e com certeza estarei nos 10 anos de
Inverta e já estou me convidando”. Jim teve participação
especial no Inverarte, levantou o público com suas músicas
críticas e cantou uma música especialmente composta
para homenagear o Jornal Inverta.
“É resistência humana o que o INVERTA publica toda semana”
Resistência Humana, Rock: “achamos que o Jornal tem tudo a ver com o nosso trabalho; tem a ver com a resistência humana que o Inverta publica todas a s semanas nas suas páginas. Declaro publicamente, deixo gravado, registrado e carimbado: nossa ida à festa dos 10 anos; afinal, não é a banda ajudando o Inverta, a banda é que é incentivada pelo Jornal”.
“O INVERTA possibilita o encontro da cultura através da Arte”
Teatro Participação e Gesto vira Manifesto, da Associação dos Engenheiros da Petrobrás, apresentou a peça “A galinha dos ovos de Ouro Preto” que denuncia, não só as privatizações como a precarização do trabalho. Castelani declarou: “já conheço o Jornal Inverta, é válido porque denuncia as mazelas do país. Acho interessante o Inverarte porque possibilita as pessoas entrarem em contato com a política através da arte. Desejamos que o Inverta não faça só dez anos mas, mais 10, mais 10 e estaremos na festa dos 10 anos.”
“O Inverarte é válido, não abro mão”
Marcos
Damasceno, cantor: “não é fácil, não há
muito espaço; os espaços que tem, estão aderindo
a outros estilos. O trabalho dos artistas da MPB que cantam Lupicínio
Rodrigues, Nana Caymmi não tem espaço. Aqui o pessoal
foi super receptivo; vieram me agradecer por cantar estas músicas.
O Inverarte é válido, não abro mão, conte
comigo; acionou, estou aqui como estou hoje. Não tem tempo
ruim, não!”
“Um espaço como o INVERTA tem que ser valorizado”
Ricardo Siqueira, artista plástico que fez um painel do Che Guevara para afixar no palco: “estou achando excelente, é uma resposta boa para o que tem de porcaria por aí. Estou achando maravilhoso estar aqui numa tardinha e noitinha de sábado, ouvindo música de boa qualidade, acho legal. O Inverarte é uma oportunidade da gente se unir cada vez mais para lutar contra o imperialismo. Um espaço como o Inverta, a gente tem que valorizar e elogiar. Pode contar com a gente na festa dos 10 anos”.
Saudação do Editor de INVERTA, Aluísio Beviláqua, ao evento:
“O Inverarte é uma atividade que já fazemos ao longo do tempo, é uma atividade que justifica o lançamento de um jornal que é o INVERTA, que não é patrocinado por ninguém, e que nenhuma empresa multinacional paga os nossos eventos; é um jornal lido pela classe operária, pelos trabalhadores, pelos intelectuais comprometidos, pelos estudantes e pela população mais humilde que traz um grande desejo de transformar tudo isso em realidade. E não precisa muita coisa, olha a variedade e bastou unir os artistas do povo que fazem teatro, a cultura, a música; não é preciso discurso, não é preciso deputados para fazerem palanque. É preciso ter consciência do que se deve fazer neste país. E o que precisa fazer é aquilo que o Inverta já está fazendo que é falar da revolução, pois esse país só muda com uma revolução socialista.
E quem assistiu aqui ao jovem se esforçando para cantar uma música de Rock, pôde observar que a mensagem que ele tinha é “estão me sufocando, não deixam minha geração surgir, não tenho espaço, mas luto, eu vou em frente e construo”. Esses jovens estão se espelhando nos velhos companheiros que os acolheram e impulsionam a sua caminhada.
O artista popular é a alma do nosso povo, é o anseio de nossa gente de construção de um mundo melhor. Sem o artista popular, se cala a voz do operário, cala a voz da mulher oprimida, cala a voz do negro oprimido e de cada criança que morre no pé do morro, do oprimido da Baixada Fluminense. É preciso o artista, pois sem ele nós não temos expressão e mais que juntar todos os artistas, estamos dando uma direção para isso, uma direção revolucionária. E é isso que propomos através desse humilde jornal. Um jornal feito por intelectuais e operários em que Oscar Niemeyer escreve, sendo o maior arquiteto do século, mas também o operário da Baixada Fluminense, o jovem da Baixada, da Zona Oeste e dos recantos que fazem a riqueza desse país. Não somos os que vivem da miséria do nosso povo. Nós lutamos junto com a juventude que vai em frente por um futuro melhor.
E como cantava Idioraci “vai em frente e segura o rojão e não tem medo do leão”, finalizou o editor de INVERTA.