Eleições 2002: FHC, entre a Alca e a corrupção

O que tem tomado conta da cena política nacional nestes dias são as denúncias de corrupção que caem nos escalões do governo, nas várias esferas do poder das oligarquias e que o governo tenta abafar com vistas ao processo sucessório.As denúncias vieram à tona porque as oligarquias ainda não chegaram a um consenso sobre a sucessão presidencial.

Eleições 2002: FHC, entre a Alca e a corrupção

Por: Rosa Terço


O que tem tomado conta da cena política nacional nestes dias são as denúncias de corrupção que caem nos escalões do governo, nas várias esferas do poder das oligarquias e que o governo tenta abafar com vistas ao processo sucessório.As denúncias vieram à tona porque as oligarquias ainda não chegaram a um consenso sobre a sucessão presidencial, que é a questão de fundo, para garantir a continuidade do projeto neoliberal com a máxima segurança para o capital estrangeiro e seus aliados nanicos nacionais.

Quando a temperatura aumenta - e como aumentou nesses últimos dias!, FHC sai de cena e deixa aos aliados a tarefa de resolver as disputas internas. Dessa vez foi salvo pela 3ª Cúpula das Américas, em Quebec/Canadá, onde esteve discutindo prazos e barreiras alfendegárias para a implantação da Alca; para manter a capa de democrata, defendeu a inclusão de Cuba à Alca e ouviu de De la Rúa, presidente argentino, a promessa de fortalecimento do Mercosul e a manutenção do prazo inicial, 2005, para implementação do novo bloco econômico das Américas. Distante das mútuas acusações de seus aliados: ACM dedurou Jader Bar-balho, que dedurou ACM, que foi dedurado por José Roberto Arruda no caso da violação do painel eletrônico do Senado, na cassação de Luis Estevão; FHC deve ter mandado um recado ao seu representante Arruda: peça desculpas, confessa seu crime, que a pena pode ser reduzida; não envolva o presidente nas suas tramóias. Mas isso não é possível, todos são governo!

De volta ao Brasil, encontrará sua base de sustentação empenhada em desarticular a CPI da corrupção, pagando bem àqueles que retirarem seus nomes da lista de adesão e novos esboços de alianças para a disputa presidencial de 2002.

O PFL insiste em candidatura própria, chegando a mencionar o governador de São Paulo, Alckmin, já que Tasso Jereissati não vai entrar em rota de colisão com o Planalto, pelo menos nesse momento; Itamar/PMDB finge que aceita ser vice de Ciro Gomes/PPS que defende candidatura única das esquerdas (?); José Serra acredita passar ao largo das discussões internas do PSDB, pois já se considera o eleito de FHC e já faz discurso de candidato ao ameaçar o laboratório Roche e sua defesa intransigente dos genéricos; no PT, a convenção talvez tenha um outro candidato além de Lula, Eduardo Suplicy que mantém firme propósito de concorrer à presidência da República; o PSB que tem recebido muitas adesões, pode ser o desaguadouro das oligarquias, caso os escândalos de corrupção da base aliada tomem o rumo das ruas com a pressão da opinião pública para que sejam apuradas as responsabilidades. Seria uma alternativa viável para os monopólios, pois esse partido também tem dado mostras de bom administrador da crise do sistema.