O desemprego e o sindicalismo de resultados no Brasil
O desemprego e o sindicalismo de resultados no Brasil
Mercenários democratas, empresários, banqueiros especuladores, imprensa medíocre e sindicalismo de resultados estão novamente comemorando mais um suposto crescimento econômico, um novo recorde nas vendas de mercadorias, aumento de preços e de privatizações, o que significa mais acumulação de capitais e riquezas, recompondo a um nível ainda mais superior todo o seu sistema de exploração, corrupção, traição e violência.
A classe trabalhadora, por sua parte, continua lamentando por um companheiro que volta para casa desempregado, por mais um direito trabalhista perdido, outro rebaixamento salarial, a sujeição ao mercado negro de trabalho (trabalho informal), uma morte pela violência nas ruas dos bairros proletários...
As oligarquias dominantes com sua política neoliberal e aparato de repressão desencadearam o maior número de desempregados e a maior deterioração nas relações de trabalho de que se tem notícia no país. Em apenas uma década, foram responsáveis pela eliminação de pelo menos 3.000.000 (t-r-ê-s m-i-l-h-õ-e-s) de empregos - segundo um recente levantamento elaborado por Jorge Mattoso - pelo rebaixamento dos salários de todas as categorias profissionais (via aumento das mercadorias de bens de consumo e das tarifas nos serviços públicos privatiza-dos, ou apropriação dos direitos trabalhistas formais), pela extensão do mercado negro de trabalho (“trabalho informal”) a toda indústria, comércio e serviços públicos, pela castração da aposentadoria da classe operária, pelo o maior calote no FGTS, etc. e tal.
Em meio a festa dos exploradores, indústrias instaladas no estado de São Paulo anunciam mais demissões: a gigante Volks Wagen fala em 1.700 novas demissões; a gigante Ford, em mais 300; a Lacta, no setor alimentício, vai fechar suas 2 fábricas no estado, jogando 2.100 trabalhadores na rua; a Eletropaulo, no setor de distribuição de energia elétrica, adquirida a 3 anos pela norte-americana AES, mandou embora no mês passado, enquanto anunciava o início dos racionamentos de energia, mais de 2.000 funcionários; o Banespa, no setor financeiro, adquirido recentemente pelo banco espanhol Santander, lançou um programa de demissão direcionado para cerca de 10.000 bancários; a Brastemp, que está fechando sua fábrica em São Bernardo do Campo, demitirá 1.050 trabalhadores; a Motorola, está demitindo cerca de 400 funcionários; e assim vai se somando aos 3 milhões acima...
Em pleno crescimento da economia capitalista, mais demissões, cortes de direitos e terceirização. Governo, empresários, banqueiros, grande imprensa e pelegos numa verdadeira farra do boi gordo às custas do sacrifício da classe operária. Este é o resultado, nesta última década, de governo neoliberal, de “sindicalismos de resultados”, de recuo nas lutas organizadas, de greves por direitos trabalhistas e reajustes salariais. A não organização da greve geral levou-nos a este trágico quadro econômico-social.
É hora da classe operária atropelar esse sindicalismo amarelo (Força Sindical, Central Única de Trabalhadores e Central Geral dos Trabalhadores) e seus líderes pelegos para organizarmos uma greve geral contra todo este sistema de corrup-ção, exploração, traição e violência.