A-20: Manifestação na Av. Paulista contra Alca e a repressão da polícia
A-20: Manifestação na Av. Paulista contra Alca e a repressão da polícia
Por: Rafael Rocha
Juventude Comunista Marxista-Leninista
A manifestação, convocada por entidades estudantis e organizações anarquistas e punks, foi engrossada por jovens paulistanos que propunham fazer atividades como leituras de poemas e apresentações teatrais e circenses denunciando a ofensiva contra os trabalhadores que ocorria simultaneamente em Quebec. Os partidos políticos ditos de esquerda (PT, PCB, PCdoB, PSTU) e as organizações dos Trabalhadores (CUT e Farsa) não estiveram presentes e nem apoiaram a manifestação. A Juventude Marxista-Leninista estava lá representando o PCML.
Desde
o começo, a manifestação foi acompanhada de
perto por Policiais Militares, que covardemente estavam sem
identificação, trajando uma tarja preta para
permanecerem anônimos. Como de costume, o primeiro confronto
foi provocado pela polícia que acertou por trás um
jovem que estendia uma faixa na pista, causando um grande ferimento
no seu rosto. Percebendo a disposição dos jovens de não
aceitarem a repressão dos policiais, e para evitar um conflito
maior, a polícia tentou fazer uma negociação com
os manifestantes.
Mas, como estes estavam decididos a não saírem da Paulista, de surpresa, a polícia investiu contra eles, distribuindo borrachadas, inclusive nas mulheres ali presentes. Bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo também foram utilizadas. Mas o que surpreendeu foi a corajosa resistência dos jovens que munidos de pedras e pedaços de pau resistiram longamente ao ataque repressivo.
As
instituições que só trazem más lembranças
ao povo foram atacadas pelos jovens (Bancos estrangeiros e nacionais,
Loja do McDonald). Mais de 60 pessoas foram presas, e apesar da
distorção dos números promovida pela mídia
burguesa, houve, pelo menos, um igual número de feridos. Os
presos foram encaminhados para o 78º Distrito Policial, onde
foram humilhados, sofrendo inclusive agressões físicas
e torturas (um rapaz reclama de que havia ficado surdo decorrente de
tapas que levou na orelha, outro havia quebrado o nariz).
Direitos básicos como o de dar um telefonema, ou de permanecer calado foram negados, inclusive para os menores de idade. Muitas dessas prisões foram ilegais, prendia-se quem estava correndo. Repórteres e Trabalhadores da Imprensa tiveram seus filmes velados por policiais que bradavam: “Aqui estão os seus direitos!”.
Simultaneamente a essa manifestação em São Paulo, ocorriam manifestações em grandes cidades da América inteira, principalmente em Quebec onde os manifestantes romperam o “Muro da Vergonha” que isolava os algozes dos trabalhadores americanos lá reunidos.
A Juventude Marxista-Leninista conclama os jovens a se unirem aos trabalhadores na luta pela inviabilização da Alca!