Massacre nos cárceres turcos: Solidariedade em presídios espanhóis e franceses
Massacre nos cárceres turcos
Solidariedade nos presídios espanhóis e franceses!
Diante do caráter do massacre de Estado que adquiriu na tumba aberta a greve de fome que desenvolvem cerca de 1000 presos políticos turcos das organizações comunistas turcas DHKP, TKP(ML) e TKIP e de 300 familiares encerrados em duas cidades turcas, que no dia de hoje (178 dias de greve dos presos e 153 dos familiares) custou a vida de 32 presos políticos dos assaltos de dezembro, 10 presos “desaparecidos”, 11 presos e 2 familiares no jejum indefinido, o Coletivo de Presos Políticos do PCE(r) e do GRAPO nos cárceres do Estado espanhol e francês iniciaram uma greve de fome de caráter solidário com os presos políticos e familiares turcos que se desenvolve do dia 23 de abril ao dia 27 de maio.
Os dados que nos chegam da Turquia são alarmantes: 105 presos políticos internados em hospitais com claros sinais de irreversibilidade (perda da visão, audição, ataques de miocárdio, comas profundos) e submetidos à tortura da alimentação forçada. Nos cárceres de tipo F, violados e torturados nos traslados, rapados ao céu como forma de humilhação, proibição absoluta de visitas, 24 horas ao dia de música militar a todo volume, ruptura de membros como pernas e mãos para impedi-los de autoatender-se.
Ao mesmo tempo, os familiares não são atendidos nos hospitais civis pelo terror de sofrer represálias por muitos dos médicos, como a gravidade de seus 153 dias de jejum está lhes trazendo conseqüências drásticas, inclusive a morte. São humilhados, maltratados, e no último mês, mais de duzentos familiares ou solidários foram detidos e torturados e dezenas deles encarcerados como única resposta a seus protestos de solidaridade.
Falamos da Turquia, onde durante as últimas semanas desapareceram de suas casas 10 militantes revolucionários e 2 funcionários do HADEP (People’ s Democracy Party), Serdar Tanis e Ebubekir Deniz. Uma ditadura fascista, subvencionada com 2,3 bilhões de ajuda recente da “União Européia”, onde na data de 30 de março, a polícia turca pediu 399 penas de morte para os presos em greve de fome, acusando-os (falsamente) da morte de um soldado e dois presos comuns nos assaltos de dezembro. Um país aspirante a ser membro do “Clube Europeu” que em 29 de março deteve e enclasurou 43 crianças de 9 e 10 anos pelo único “delito” de ser filhos de presas políticas encerradas no cárcere de Kartal (Estambul).
Para denunciar esta sangrenta realidade em que se vive nos cárceres e ruas turcas, o Coletivo de Presos Políticos do PCE(r) e dos GRAPO dará início à greve de fome anunciada.