A DPSU e as eleições na Itália
A DPSU e as eleições na Itália
Julio Schwarsberg
Democrazia Popolare - Sinistra Unita (DPSU)
Depto. de Organização
Em
13 de maio se vota na Itália para eleger entre duas
possibilidades, não distantes uma da outra, quem governará
o país nos próximos anos.
Uma eleição
que propõe, em síntese: o total apoio às
políticas neoliberais ditadas pelo FMI, a permanência da
Itália dentro da OTAN, a afirmação e expansão
da doutrina de segurança hemisférica, a defesa dos
interesses das grandes empresas,
a continuação da política trabalhista baseada na
precariedade e flexibilização, a privatização
das empresas estatais (leia-se RAI), a reforma universitária
com o contínuo ataque aos protestos estudantis, a
militarização gradual e paulatina da sociedade, a
privatização da infra-estrutura sanitária e
educativa, o desmantelamento do sistema de previdência social
(jubilações).
Em poucas e sintéticas palavras, os dois pólos majoritários que se contrastam eleitoralmente sustentam estes princípios com alguns detalhes insignificantes que os diferenciam. Mas como todos sabemos, isto não é novo. Uma democracia burguesa ligada e dependente dos centros financeiros do poder mundial não casualmente constrói na Italia, como no resto do mundo, a falsa opção que a democracia se sustenta e reforça dentro do sistema bipolar. Não necessitamos reiterar conceitos nem analisar nesta breve síntese a quem favorece este sistema.
A Democrazia Popolare elege um caminho alternativo, fora do sistema bipolar. Como organização nacional, que tem um pouco mais de um ano de vida, decide apresentar seus próprios candidatos a nível municipal e dentro do sistema proporcional, ali onde seja possível e exista o quorum necessário que ordenam as leis: Lease, Roma e Napoli.
Propondo
uma alternativa de esquerda que rompa com a dependência
neoliberal e construa uma
sociedade diferente partindo da base. Apo-sentados, estudantes,
trabalhadores,
desempregados, simpatizantes e militantes de DP, “desconhecidos”
dentro da política tradicional, fazem parte de nossas listas
eleitorais. Companheiros e companheiras que continuam a lutar pelo
socialismo e não se rendem diante de uma derrota, que se
comprometem e se esforçam cada dia a pôr em prática
aquilo que pensam.
Sabíamos desde o início que não
nos resultaria fácil participar, que entraves e impedimentos
surgiriam pelo caminho, que o direito à existência de
uma organização como a nossa é parte da luta
cotidiana, que os meios econômicos eram poucos para fazer
frente a uma campanha eleitoral onde os poderosos ocupam todos os
espaços e os repartem entre si sem hesitação.
Mas seguimos adiante, convencidos que o menor espaço que
conseguimos conquistar com nosso esforço e nossa luta foi, é
e será recompensado.
Quando diferentes organizações de esquerda dão um passo para o reformismo, para posições social-democratas, e propõem um pacto de não agressão contra o neoliberalismo e seus cúmplices nacionais, a DP elege a via da luta, do compromisso, sabendo com plena consciência que estas eleições e nossa participação nelas são um passo tático e não estratégico dentro da linha de nosso partido.
Continuamos com insistência e convicção na lenta construção de uma frente alternativa, que reúna as forças antagonistas. Os resultados são positivos já que, depois do encontro internacional de 21 de Janeiro passado, temos recolhido o interesse e o compromisso de diversas organizações que intentam caminhar juntas na construção da Frente.