a corrida eleitoral foi lançada

No fim das contas, são mercenários democratas ou sociais oportunistas num grande espetáculo para enganar e, fundamentalmente, neutralizar a classe operária revolucionária: do PT ao PSDB, do PCdoB ao PFL ou PPB, de Aloísio Mercadante ou Eduardo Suplicy à Pedro Malan ou Ermírio Fraga, de Marta Suplicy à Mário Covas ou Geraldo Alckmin.

Mercenários democratas x sociais oportunistas:

A corrida eleitoral foi lançada


Por: José Tafarel


A corrida eleitoral para 2002 tomou conta da conjuntura política das oligarquias no país, particularmente em São Paulo. Todos os órgãos ideológicos oficiais e semi-oficiais das oligarquias (grandes jornais e revistas, rádios, tevês, institutos de pesquisas, etc.) dedicam suas principais páginas ou horários nobres em comentários, análises, disputas ou qualquer outro tipo de espaço para propagandear o nome e a imagem de seus representantes profissionais.

Os órgãos ideológicos das oligarquias dominam de tal forma as técnicas de propagandas, manipulação dos fatos e de comoção social que a competição entre os políticos profissionais e partidos políticos das oligarquias e pequena burguesia parece coisa séria. Gravíssimas denúncias de corrupção e de compra votos, grampos que não deixam dúvidas sobre o uso indiscriminado da máquina estatal, sumiço do dinheiro da venda de todo patrimônio nacional, CPIs mostrando todos os caminhos dos roubos dos cofres públicos...

Mas, no fim das contas, são mercenários democratas ou sociais oportunistas num grande espetáculo para enganar e, fundamentalmente, neutralizar a classe operária revolucionária: do PT ao PSDB, do PCdoB ao PFL ou PPB, de Aloísio Mercadante ou Eduardo Suplicy à Pedro Malan ou Ermírio Fraga, de Marta Suplicy à Mário Covas ou Geraldo Alckmin.

Os mercenários democratas do PSDB já se tornaram a maior quadrilha de assaltantes profissionais na História da República Federativa do Brasil. Entregaram praticamente todo o patrimônio nacional, mas até agora não se sabe aonde foi parar todos os bilhões e mais bilhões de dólares; banqueiros e empreiteiras encontraram enfim as melhores tetas que se podiam esperar de qualquer governo; os primeiros escalões do Executivo, Legislativo e Judiciário só funcionam a base de pedágios; etc. e tal. O Brasil nas mãos destes políticos profissionais se tornou um balcão de negócios privados.

Os sociais oportunistas, no que se refere à corrupção, ainda são amadores diante da quadrilha de mercenários do PSDB. No entanto, estão se profissionalizando na arte de enganar e neutralizar os trabalhadores. Contabilizaram a Marcha dos 100 Mil sobre Brasília, marcha cujos manifestantes portavam bandeiras justas contra o governo de mercenários democratas da capital federal, para logo depois amordaçarem estas reivindicações; também amordaçaram o grito popular para a instalação da CPI da Dívida Externa, exigida em plebiscito nacional por 6 milhões de cidadãos, ao trocá-la pela CPI da CBF, que não vai pegar nem o asqueroso Ricardo Teixeira nem o palhaço Eurico Miranda; seus economistas, principalmente Aloísio Mercadante e Eduardo Suplicy, criticam sem dar tréguas à política neoliberal de Fernando Henrique e Pedro Malan ou de Mário Covas e Geraldo Alckmin, mas nas administrações sociais petistas ainda não foram invertidas as prioridades e metas dos governos neoliberais; Marta Suplicy, de sua parte, não cumpriu nenhuma de suas mil e uma promessas feitas durante campanha eleitoral à classe operária, fazendo muitos se perguntarem: “Ué, houve alguma mudança de governo?”

Mercenários democratas à sociais oportunistas, unidos numa engenhosa disputa para que os próprios trabalhadores escolham quais representantes da pequena burguesia ou da grande burguesia vão administrar o sistema de exploração e opressão de toda a classe operária.

A competição pelo voto entre estes políticos profissionais da pequena burguesia e das oligarquias financeiras invadem nossas casas e vida, polarizando a reflexão sobre uma saída revolucionária para a atual crise em que estamos afundados. Enquanto esperamos cumprimento e a solução dos nossos problemas econômico-sociais na próxima eleição, nós trabalhadores continuamos sendo tratados como burros de carga na indústria, como porcos nos bairros da periferia, como animais selvagens pela Polícia pública; ao mesmo tempo, todo o nosso trabalho é apropriado, seja sob a forma de impostos ou de bens materiais.