UE: O Teatro de Marionetes do Capital imperialista
O Teatro de Marionetes do Capital imperialista
Por: Torbjörn Björkman
KPML(r) - Suécia (traduzido do sueco)
O poder da União Européia
(UE) não tem controle público. A mídia, que deu
cobertura ao encontro de chefes de Estado, ficou totalmente isolada
dos políticos da UE - os jornalistas presentes representavam,
fundamentalmente, o papel no teatro de marionetes da União
Européia e do grande capital.
Mil e setecentos jornalistas
estavam credenciados e enchiam os grandes salões da Feira
Internacional de Älvsjö. Eram ilimitadas as filas de
profissionais da imprensa junto aos telefones, Internet e
computadores. Ali se falavam todas as línguas européias.
Ao meu lado escuto japonês, francês, espanhol, inglês
e sueco. Tínhamos acesso livre e gratuito ao telefone para
comunicar-se a qualquer parte do mundo. Pela manhã, café
e sanduíches, ao almoço, servia-se um verdadeiro bufê
com peixe variado, carne e verduras, bolinhos e tortas: sobremesa,
vinho, cerveja e café.
Estávamos
separados da Cúpula que se realizava, possivelmente, em outro mundo
de isolamento, nas dependências
da grande instalação da Feira. Possivelmente? Sim, do
ponto de vista dos jornalistas presentes na Cúpula, a mesma poderia
muito bem ser realizada na lua.
A presença nos salões da feira é do ponto vista jornalístico absurda. Até para chegar às imediações da Feira se exigia autorização e crachá de imprensa. Toda a área estava cercada de carros da polícia, com paliçada, cães e cavalaria. Éramos obrigados a passar por vários controles, antes de chegar na seção dos jornalistas. Ali, tínhamos tanto contato com as reuniões quanto os manifestantes na rua.
Apesar de toda a mídia, Internet, toda
Televisão interna, não tomávamos conhecimento
nenhum da Cúpula. Só proclamações gerais se
faziam públicas, nada sobre as discussões e os debates
no interior dos encontros. Os jornalistas não sabiam,
propriamente, nada do que ocorria no encontro de Chefes de Estado.
O
Parlamento sueco é um milagre de abertura comparado com o
mundo enclausurado da União Européia. Os ministros se
exibiam muito rapidamente para a mídia mundial, atirando algumas palavras para que nós jornalistas transmitíssemos para
fora, ao mundo. A partir dessas frases isoladas, sem controle, dentro
do seu isolamento, os jornalistas escreviam seus artigos.
No
pódio senta-se o ”papa” Persson (Primeiro Ministro sueco),
com seu sorriso brilhante, acompanhado do seu sombrio e extraviado
garotão, Bosse, (Ministro
das Finanças) e da pequena malévola rapariga Anna
(Anna Lindh Ministro das Relacões Exteriores) e alguns
cartolas do poder da União Européia. São eles
marionetes da peça de teatro montada pelo poder da UE.
Podemos entender a carência de controle público quando
ouvimos o que diz o Presidente Persson. Este social-democrata não
levanta questões de importância para nós, as
pessoas comuns. Tudo o que ele diz é contra os trabalhadores.
Ele fala com calor das privatizações dos setores de
energia, eletricidade, gás, telefones e correio. O objetivo é
dar ao capital novos mercados. Elogia as ambições de
uma economia uniforme na União Européia, e quer
regulamentos homogêneos para o registro de patentes,
uniformidade na direção no espaço aéreo,
sistema único de aposentadorias e condições
sociais, tudo para favorecer o capital privado e o crescente mercado
capitalista.
O social-democrata Göran Persson carece totalmente
de escrúpulos em relação aos trabalhadores da
União Européia. Ele não levantou as questões
do desemprego, da marginalidade social, da prostituição,
comércio com mulheres, o liberalismo do narcotráfico,
falta de democracia, controle público. Justamente porque o
controle público pode frear o avanço livre do capital
privado. Ele é o homem do capitalismo e das privatizações.
A partir de Arlanda (aeroporto Internacional de Estocolmo), eles são
transportados em carros de luxo com vidros fumê para os
hotéis supervigiados pela polícia. Seus trajetos são
isolados de todo o trânsito normal da cidade. Toda a
auto-estrada que vai de Arlanda a Estocolmo foi fechada para Putin
passar. A via de acesso entre o Grande Hotel e a Feira
Internacional de Älvsjö foi isolada, tornando-se uma grande
auto-estrada só para os donos do poder. Sem nenhum
exagero, Estocolmo ficou parada horas e horas. Os
representantes eleitos pelo povo se comportaram como dominadores ao
contrário de servidores do povo.
Certamente, os políticos
da União Européia não são totalmente sem
importância, mas, quando Göran Persson se apresenta no
podium, não passa de um boneco do teatro de marionetes diante
do biombo de proteção que esconde o poder da União
Européia. Aquele poder é, por sua vez, ele mesmo um boneco
ventrículo manipulado pelos interesses do
capital, seja chamado de guerra, bombardeios, bloqueios
econômicos ou mais privatizações.
Essa hierarquia fez-se clara durante a Cúpula, demonstrando uma democracia burguesa em extinção. Esta é a sombria realidade por trás desse espetáculo.